Investigação do MPE é invasão de poder, diz Paulo Corrêa

Eduardo Penedo - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Paulo Corrêa, deputado estadual de cinco mandatos eleito no pleito de 2010 com 35.330 votos pela coligação Amor Trabalho e Fé assumiu a primeira secretaria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso pelo biênio 2011 a 2012.

Corrêa recebeu a reportagem do Capital News em seu gabinete, e, com meia hora de bate-papo descontraído nos contou sobre a sua opinião com relação às investigações que o Ministério Público Estadual está fazendo sobre as contas da Assembleia, denúncias de mensalinhos feita por vereadores de Dourados, ampliação e reforma da Casa de Leis, Reforma Política, vaga no Tribunal de Contas e Agronegócio.

Paulo Corrêa revela que a forma que o MPE está fazendo para com as investigações na Assembleia é uma invasão de poder. “O MPE não quer só investigar a denúncia ele quer quebrar o sigilo bancário da AL, isso é invasão de poder”.

Confira mais da entrevista, a seguir:

Capital News: Como o senhor avalia as investigações que o MPE está fazendo na AL do suposto caso de Mensalão?

Deputado Paulo Corrêa: As investigações se devem em razão de uma gravação que contém uma declaração de uma pessoa alcoolizada que fala de um suposto mensalão. Entendo o papel do Ministério Público, mas da forma que eles estão investigando eles estão fazendo invasão de poder. Não era só a investigação que eles queriam fazer, mas eles querem quebrar o sigilo bancário. Isso não é de competência do MPE, cada um tem a sua competência. Nós entramos como uma ação para barrar a quebra do sigilo bancário e vamos aguardar o mérito.

Capital News: Como o senhor vê a denúncia feita pelo vereador de Dourados Humberto Teixeira que a AL estava dando mensalão?

Deputado Paulo Corrêa: Se ele é mensalista eu não sou. Eu assumi a primeira secretaria no dia 1° de fevereiro e nesse período não houve nenhum mensalão, antes, quando eu era só deputado, também nunca tive conhecimento sobre isso. O Vereador que entrou num processo de cassação só não perdeu o mandato porque renunciou. Ele, em um ato heróico, mostrou em tribuna uma folha de cheque que ele diz que foi assinado por um deputado. O vereador não falou que deputado era e nem mostrou o cheque. “Se ele é mensaleiro lá, eu não sou aqui”.

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Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Sobre o site transparência da AL quando começará a ser atualizada e como funciona esse processo?

Deputado Paulo Corrêa: De uma forma descontraída o deputado brincou com a reportagem dizendo que no dia 17 de março às 11h30- período que foi feito a entrevista- o site da AL está desatualizado. Ele explicou que no fim de março já estará atualizado o site e a população poderá ver as prestações de contas dos deputados e da AL. Corrêa explicou que nesta gestão houve uma mudança nas funções dos parlamentares que compõem a Mesa Diretora e isso irá otimizar o trabalho e dar mais transparência no processo. Corrêa informou que nas legislações passadas o segundo secretário era o backup do primeiro e desta vez houve uma mudança. O vice-presidente Mauricio Picarreli(PMDB) cuida da TV e Rádio Assembleia. Já o segundo secretário Paulo Duarte (PT) cuida da imprensa e do site da transparência. Ele como primeiro secretário cuida de assuntos administrativos da Casa e diretoria financeira. Correa comenta que passou a bola do site da transparência para Paulo Duarte que se comprometeu com a Mesa de até o fim de março que o site estará atualizado com todas as informações da Casa. Ele tem experiência com isso ele já foi secretário de Fazenda, administração e é economista.

Capital News: Qual é a avaliação do senhor sobre a Reforma Política? Será votada ou não?

Deputado Paulo Corrêa: A reforma política acho muito difícil de sair. As pessoas falam como se fosse muito fácil esse processo. Esse impasse entre STF (Superior Tribunal Federal) e STE ( Superior Tribunal Eleitoral) ainda vai ser muito discutido. Um acha que é a coligação, outros entendem que é o partido. O processo político em Brasília é complicado entra novo governo diz que vai dar ênfase na reforma política vai para o relator fazem reuniões e mais reuniões e de prático não se faz nada. Nós temos uma janela até o dia 30 de setembro para valer as eleições municipais. Acho muito difícil mudar o jogo.

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Foto: Deurico/Capital News

Capital News: Sobre a reforma e ampliação da Assembleia? Quanto vai custar? A previsão de entrega será até quando?

Deputado Paulo Corrêa: Com a reforma, a parte subterrânea da Casa será transformada em estacionamento para os veículos dos deputadosque terão elevador de acesso aos gabinetes. Os gabinetes vão aumentar de 47 m² para 87 m² e ficarão no segundo andar. Nós temos um contrato aprovado e as obras devem custar em torno de 10 milhões. As obras tiveram início no dia 1° de março e será entregue no dia 1° de julho de 2012.

Capital News: Como o senhor avalia a virtual candidatura do deputado Esdon Giroto para a prefeitura de Campo Grande e a possibilidade do PR perder uma vaga na Câmara Federal?

Deputado Paulo Corrêa: Eu sou cabo eleitoral do Giroto. Ele está preparado para disputar as eleições para a prefeitura de Campo Grande. Giroto é engenheiro, foi secretário de obras na administração do André e do Nelsinho. Ele tem a escola do André, então será um ótimo prefeito. Nós não perderemos uma vaga da Câmara, o suplente preencherá a lacuna deixada por Giroto na Câmara.

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Foto: Deurico/Capital News

Capital News: A Assembleia conseguiu as assinaturas suficientes para formar uma Frente Parlamentar. O que a AL pode fazer agora para ajudar os produtores que estão sofrendo com as chuvas?

Deputado Paulo Corrêa: A Frente Parlamentar foi composta por 18 assinaturas e tem o objetivo de conseguir recursos, junto ao governo federal, para ressarcir produtores rurais de vários municípios de Mato Grosso do Sul que tiveram as lavouras destruídas pelas chuvas. Corrêa explica que é autor da frente, mas como é primeiro secretário não pode assumir a presidência, mas vai ser membro da frente e a Assembleia junto com a bancada federal não medirá esforços para que os produtores rurais não fiquem no prejuízo. Com esses problemas na agricultura e pecuária teremos menos comida e com isso o preço da carne, por exemplo, vai aumentar, temos que receber uma contribuição para não deixar a pessoa comum pagar por esses prejuízos.

Capital News: O senhor se interessa pela vaga deixada por Celina Jallada no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul? Pretende disputar? Se não, quem seria um bom nome para a disputa?

Deputado Paulo Corrêa: Eu me interesso sim pela vaga deixada pela nossa irmã Celina, mas agora não é o momento. Vinte e duas pessoas acreditaram em mim para ser primeiro secretário da Assembleia, além do mais, não foram só os deputados que acreditaram em mim, a população que me reelegeu. Quero exercer por dois anos o mandato de primeiro secretário. Caso depois desse período tenha uma vaga no TCE e seja da Assembleia, eu colocarei meu nome a disposição. Existem cinco deputados que não podem se candidatar a vaga, são eles: Márcio Fernandes- que tem menos de 35 anos, e os deputados Laerte Tetila, Londres Machado, Zé Teixeira, Onevan de Matos e Geroge Takimoto, pois já têm mais de 65 anos. Para disputar a vaga do TCE não pode ter menos de 35 ou mais de 65. Várias pessoas estão sendo cotadas, mas a mais falada está sendo do Arroyo, que é do meu partido e já foi ventilado pelo governador. Vamos decidir dentro da AL e será um deputado atuante.

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