A Embrapa Pantanal reforça a frente de combate à gripe aviária em Mato Grosso do Sul como parceira estratégica da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), levando conhecimento técnico e científico ao campo. A atuação tem como pilar a educação sanitária em pequenas propriedades, com foco na prevenção de surtos da influenza aviária.
“A saúde é um processo complexo. A gripe aviária ameaça não apenas os animais, mas também a segurança alimentar de comunidades que dependem desses animais”, afirma a pesquisadora Raquel Juliano, da Embrapa. A instituição atua com base no conceito de Saúde Única (One Health), que integra saúde animal, humana, de plantas e do meio ambiente.
As pesquisadoras Adriana Araújo, Aiesca Pellegrin e Raquel Juliano coordenam o projeto “Aves de quintais para uso alimentar e artesanal”, financiado pela Fundect. A iniciativa inclui a instalação de módulos de criação protegida, além de ações em escolas e comunidades, com objetivo de fortalecer práticas sanitárias sustentáveis e adaptadas à realidade local.
“Estamos desenvolvendo, em parceria com a Agraer e a Iagro, um material técnico voltado à orientação de profissionais que atuam junto a agricultores familiares, comunidades tradicionais e indígenas”, explica Raquel. A estratégia inclui ainda diálogo com grêmios estudantis, Escolas Famílias Agrícolas (EFA) e instituições que atuam com esses públicos para criar um plano de comunicação colaborativo. “Os grupos de mulheres também são aliados fundamentais nesse processo, já que, em muitas comunidades, o cuidado diário com as aves de quintal está sob responsabilidade delas”, destaca.
A abordagem inclui a formação de multiplicadores — técnicos e lideranças rurais — para garantir que a informação chegue de forma clara, acessível e com capilaridade às pequenas propriedades. A meta é que todos se sintam parte ativa do sistema de vigilância e prevenção.
“Todos precisam se sentir parte do processo de vigilância, para prevenção e controle de doenças, independentemente do tamanho do plantel. Quando o produtor sabe reconhecer os sinais de uma doença e como agir, ele se torna uma peça-chave na proteção da saúde”, reforça Raquel Juliano.
Com essa articulação interinstitucional, a expectativa é manter Mato Grosso do Sul livre da gripe aviária e preparado para reagir rapidamente diante de qualquer sinal de risco, protegendo a produção rural, a saúde das famílias e o abastecimento alimentar tanto no campo quanto na cidade.