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Reportagem Especial Domingo, 08 de Outubro de 2023, 08:32 - A | A

Domingo, 08 de Outubro de 2023, 08h:32 - A | A

Reportagem Especial

O adestrador e seu cão

Para atuar na localização de drogas animais são adestrados por um único militar durante 9 meses

Renata Silva
Especial para o Capital News

Renata Silva/Capital News

O adestrador e seu cão

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Você sabe o que faz um cinófilo? Antes de mais nada, para entender o que faz esse profissional, é preciso falar sobre a cinofilia. Na origem da palavra, a cinofilia significa “amor pelos cães”, a palavra é adotada para designar a ciência que estuda os cachorros e sobre quem atua na área é o que vamos falar.

O Capital News foi até o canil do 9º Batalhão do Comando Militar, localizado no centro de Campo Grande, conhecer o trabalho de 11 militares que trabalham com adestramento de cães. Pastores Belgas e Alemães são treinados para atuarem por eles em missões como localização de drogas, armas e outras operações.

Renata Silva/Capital News

O adestrador e seu cão

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No quartel, 11 profissionais atuam no adestramento dos cachorros sob a responsabilidade dos sargentos Henrique da Silva Alencar e Iuri Santos Silva. Para trabalhar com os cães, os soldados precisam passar por um estágio chamado “Adestrador de cão de guerra de Polícia do Exército”, com duração de 8 semanas.

O curso destina-se a formar Oficiais e Praças para desenvolver as atividades de manejo e instalações de um canil, noções de adestramento, tais como: obediência dos cães, proteção de instalações, o aguçamento do faro e, principalmente, a formação específica do cão para exercer as atividades peculiares à Polícia do Exército.

O curso é destinado a sargentos, cabos e soldados que servem em Organizações Militares que possuam canil e que, necessariamente, tenham pendor para atividades com animais. Segundo o tenente Henrique, esse estágio capacita o militar a ser cinófilo. “A partir do momento que ele termina esse estudo ele já está habilitado e trabalhar aqui no canil, tirar serviço e conduzir os cães”, explica.

A gente procura um militar que seja proativo, que ame os cães na verdade

Para o tenente Alencar, para ser um cinófilo é necessário, primeiramente, ser um militar que goste de cachorro. “A gente procura um militar que seja proativo, que ame os cães na verdade. Ele vai cuidar, dar água, ração e tudo mais, então a gente procura esse tipo de militar”, frisa.

No local, 13 animais entre pastores belgas e alemão recebem treinamento. Segundo o tenente Henrique da Silva Alencar, responsável pelo treinamento de um dos animais, os cães tem entre 1 ano e um mês a 9 anos.

Renata Silva/Capital News

O adestrador e seu cão

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O tenente fala que no canil também mora o cão de guarda e proteção, Thor, de 9 anos que já se aposentou. De acordo com o Alencar, assim que o cão se aposenta ele é encaminhado a ficar com o adestrador que o treinou durante a vida útil dele, mas como o militar não pôde ficar com ele, o animal está no local.

“A partir dos 8 anos era para ele ter ido para a reserva e outro militar ter conduzido ele. Porém ele é um cão que o militar que estava conduzindo ele não conseguiu levar pro seu ambiente familiar, então ele está no canil e gente fica cuidando dele até o fim da vida dele. Como ele é um cão de guarda e proteção a gente não pode disponibilizar esse cão pra qualquer outra pessoa”, detalhou.

Mais curiosidades sobre o adestramento e a profissão cinófolo

1. Capital News: Henrique, eu gostaria que você explicasse um pouco mais, sobre essa profissão. O que faz um cinófolo?
Henrique da Silva Alencar: No quartel, consiste no militar que é habilitado a adestrar o cão de trabalho, é importante deixar claro que não é o cão que é PET, são aqueles que a gente utiliza aqui no Exército, o cão de faro e de guarda e proteção.

2. Capital News: O cinófolo é responsável pelo adestramento de quantos cães?
Henrique da Silva Alencar: Ele adestra um cão por vez. Ele inicia o processo desde filhote e faz o processo de adestramento que consiste em ambientação, sensibilização entre outros fatores. A proposta é fazer com que o cão se torne um cão corajoso, destemido para poder atuar em diversas áreas. Após o cão ser formado, ele pode ir com qualquer outro militar.

3. Capital News: Quanto tempo leva para adestrar um cão?
Henrique da Silva Alencar: O treinamento leva em torno de nove meses, isso inclui o nascimento do cão.

4. Capital News: A partir de que momento o cão está apto para o trabalho?
Henrique da Silva Alencar: A gente vai no considerar cão apto a partir do momento que ele vai para a operação, vai para a missão e consegue trazer os resultados. Um exemplo é o cão de faro. Se ele foi para a missão, para a operação e consegue encontrar o entorpecente, o material então ele está apto.

5. Capital News: Qualquer cão é apto para fazer um trabalho como esse?
Henrique da Silva Alencar: Não, nem todo cão vai fazer o trabalho de guarda e proteção ou de faro, isso porque tem animal que não tem os impulsos corretos para fazer esse trabalho.

Por exemplo, o cão de guarda e proteção, ele precisa querer morder, tem cão que por instinto dele, não vai querer, é um cão mais doce. Então já descarta esse cão, não serve para isso, para guarda proteção.

Renata Silva/Capital News

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