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Reportagem Especial Segunda-feira, 08 de Março de 2021, 10:49 - A | A

Segunda-feira, 08 de Março de 2021, 10h:49 - A | A

Machismo

Dia da Mulher: Misoginia ainda é presente no futebol feminino

Time de futebol feminino foi duas vezes expulso de campo na Capital

Lethycia Anjos
Capital News

Divulgação

Dia da Mulher: Misoginia ainda é presente no futebol feminino

Equipe de futebol homenageada

Mesmo após 38 anos desde a regulamentação do futebol feminino no Brasil, equipes femininas ainda enfrentam barreiras impostas pelo machismo ao praticar o esporte. Na última semana, um time de futebol feminino de Campo Grande, foi impedido de jogar em campos públicos dos bairros Aero Rancho e Tijuca, com a justificativa que “lugar de mulher é na cozinha”. Mas seria essa uma justificativa aceitável? Conquistas de mulheres no futebol feminino ao longo dos anos provam que lugar de mulher é também dentro de campo.

 

Em 1991 a Seleção Brasileira conquistou a primeira medalha de Bronze da Federação Internacional de Futebol (FIFA), após vitória sobre a Nigéria nas quartas de final. A primeira medalha olímpica veio em 2004 nos jogos olímpicos da Grécia e novamente em 2008 nas olimpíadas de Pequim. Em 2007 a seleção teve duas importantes conquistas que marcaram história na modalidade, a primeira medalha de ouro no Pan-Americano do Rio e a segunda colocação na Copa do Mundo da China. O segundo título em Pan-Americano foi conquistado em 2015 no Canadá.

 

Em 2019 ocorreu a oitava edição da Copa do Mundo de futebol feminino na França, um dos assuntos mais comentados naquele ano. Pela primeira vez, todos os jogos da seleção brasileira foram televisionados em rede nacional. Na ocasião, a equipe brasileira chegou até as oitavas de final sendo eliminada pela França por 2x1. Atualmente a maior artilheira da história da Seleção Brasileira é a jogadora Marta Vieira da Silva, que conquistou seis vezes o título de melhor jogadora do mundo pela Fifa. 

 

Vale ressaltar que em 1941 equipes femininas foram proibidas de disputarem partidas, por meio do Decreto 3199, art 54 onde foi instituído que mulheres não deveriam praticar esportes que não fossem “adequados a sua natureza”, mesmo que não explicitado, o futebol se enquadrava na época como um esporte inadequado a mulheres. 

 

Apesar da conquista de direitos e espaço e do protagonismo crescente no esporte, casos envolvendo machismo no futebol são recorrentes. Em Mato Grosso do Sul uma equipe feminina de futebol vem sofrendo constantes ataques por parte de equipes masculinas e lideranças comunitárias de bairros da Capital, as atletas foram expulsas duas vezes do campo de futebol enquanto praticavam esporte. A partir disso, a agente comunitária de saúde do bairro Jardim Tarumã, Carina Salomão Franco, resolveu prestar solidariedade a elas por meio de uma homenagem no último domingo (7), marcando também as comemorações do Dia Internacional da Mulher, comemorada no dia 8 de março.

 

Carina Salomão explica que se solidarizou após saber do ocorrido. “Elas foram expulsas porque simplesmente o presidente do bairro mandou elas saírem do campo, elas estavam jogando e no intervalo eles chegaram com o time masculino e simplesmente entraram e falaram pronto acabou, que elas não iriam jogar porque lugar de mulher é na cozinha. Outro dia elas estavam no Tijuca e quando entraram pra jogar o time masculino chegou e o presidente do bairro falou que era para elas saírem, expulsaram e disseram que elas não tinham o direito de jogar porque futebol não é lugar de mulher”, relatou a Agente em entrevista ao Capital News. 

 

A líder comunitária ressaltou que a homenagem é uma forma de incentivar não só o futebol, mas todas as mulheres esportistas. “Queremos mostrar que somos mulheres e merecemos respeito em qualquer área, e que incentivamos o futebol e a toda atleta feminina, fiquei muito triste por esse machismo em pleno século 21, e com o dia das mulheres resolvi fazer uma homenagem a elas, foi uma surpresa as meninas não sabiam, achavam que só iriam jogar um jogo normal, só quem sabia era a técnica porque entrei em contato antes”, explicou Carina Salomão. Durante o evento, as atletas foram recebidas com flores, fogos de artifícios e cantaram o Hino Nacional brasilerio. 

 

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Samuel 05/08/2021

Não é misoginia, além de tecnicamente, ainda ser fraco, não tem nada de feminino no futebol feminino!

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