Protetores de animais de Mato Grosso do Sul terão, a partir de agora, uma participação mais ativa nas discussões sobre a causa animal no estado. Durante o Festival Vida Animal, realizado no sábado (10) na Esplanada Ferroviária, em Campo Grande, o governador Eduardo Riedel assinou um documento que certifica esses protetores, permitindo que eles integrem o Programa Estadual de Políticas de Proteção Animal. Segundo o governador, a mobilização da sociedade em prol dos animais é essencial para que ações como essa ganhem visibilidade e sejam implementadas de forma eficaz.
Sônia Palhano, presidente da Associação dos Protetores de Animais, comemorou a iniciativa, destacando a importância da união entre governo e protetores. "O governo estendendo a mão e nós estendendo a mão para caminharmos juntos pelos animais", afirmou. Este é mais um avanço para o Estado, que já lidera a região Centro-Oeste com a criação de um setor dedicado a políticas públicas de bem-estar animal, demonstrando um compromisso sólido com a causa.
Uma das primeiras ações previstas é a Caravana da Castração, que terá início em novembro deste ano e percorrerá os 79 municípios de Mato Grosso do Sul. O objetivo é castrar, medicar e microchipar 21 mil animais, uma medida que busca enfrentar a proliferação descontrolada de cães e gatos nas ruas, principalmente em áreas onde a castração gratuita não está disponível. Para Carlos Eduardo Rodrigues, superintendente de Políticas Integradas de Proteção da Vida Animal, este é um passo crucial para entender as necessidades dos protetores no estado e oferecer apoio adequado.
O problema da superpopulação de animais nas ruas é uma realidade em todo o Brasil, com estimativas apontando para 33 milhões de animais abandonados. Vanessa Negrini, diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais do Ministério do Meio Ambiente, reforçou a importância de programas de manejo populacional ético para enfrentar essa crise. Além disso, Marcelo Miranda, titular da Setesc, ressaltou que a questão envolve também a saúde pública, já que 75% das doenças infecciosas emergentes têm origem animal, tornando o controle populacional e o combate aos maus-tratos imperativos para a segurança e o bem-estar de todos.