Estatísticas do Creas (Centro de Referência Especializado em Assistência Social), de 2001 a junho de 2009, mostram que foram registrados 687 atentados contra crianças e adolescentes em Dourados (cidade do sul do Estado, distante 228 quilômetros da Capital).
Forma, neste período, registrados 364 abusos sexuais, 105 estupros, e 98 caso de exploração sexual. Somente em 2009, foram notificados 31 casos, dos quais nove contra meninas de zero ano a 6 anos, e quatro de meninos, da mesma idade.
Na faixa etária de 7 anos a 14 anos foram 11 registros contra meninas e três contra meninos. De 15 anos a 17 anos, a violência sexual foi contra pessoas do sexo feminino, totalizando quatro ocorrências. Denúncias de violência contra crianças podem ser feitas gratuitamente pelo telefone 0800-647-0444.
O combate à violência e à exploração sexual de criança e adolescente mobiliza entidades de assistência social e segurança de Dourados. Durante a semana passada, panfletagem com materiais educativos foram realizadas nas principais ruas do centro da cidade.
As atividades são em alusão ao "Dia Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes", em 29 de junho, promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social com o apoio da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e da Comsex (Comissão Municipal de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes).
A panfletagem foi concentrada na praça Antônio de João. De lá, equipes ligadas ao Comcex percorreram a região do comércio para fazer intervenção. No sinaleiro os condutores foram abordados e receberam orientações das equipes. As atividades foram acompanhadas pela Guarda Municipal e Polícia Militar.
Após o ato público a campanha continuou na Câmara Municipal de Dourados. À noite foram realizadas apresentações culturais e palestra com a secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento a Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, Neide Castanha.
De acordo com a secretária de assistência social do município, Itaciana Santiago, a mobilização tem como objetivo mostrar à sociedade que os problemas existem e que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) deve ser cumprido.
Itaciana acompanhou os programas de enfrentamento ao combate à violência infantil desde a implantação do Sentinela, em julho de 2001, que atualmente é denominado como Creas. Ela lembra que um ano antes de implantar o programa, uma pesquisa realizada com o Conselho Tutelar registrou apenas 34 denúncias. Um ano depois os casos triplicaram. "As pessoas passaram a procurar o Conselho e os programas voltados à criança e adolescente. Fizemos campanhas e isso ajudou a conscientizar a população", lembra a secretária de Assistência Social.(Com informações do Dourados Agora)