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Opinião Sábado, 12 de Outubro de 2024, 16:23 - A | A

Sábado, 12 de Outubro de 2024, 16h:23 - A | A

Opinião

Crise na educação

Por Antonio Tuccilio*

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No Seminário CNSP 2024, o segundo debate trouxe à tona um tema crucial: a "Crise na Educação". Moderado pela Professora Maria Walneide Romano, o debate contou com a apresentação do Professor Francisco Poli e as contribuições da Professora Marinalva Nunes e do Dr. Julio Bonafonte como debatedores.

A desvalorização dos professores e os desafios da educação pública

A Professora Maria Walneide Romano iniciou a discussão destacando três pontos centrais que ilustram a crise educacional no Brasil: a contínua desvalorização dos professores, a necessidade urgente de investimentos adequados e os desafios enfrentados diariamente no setor. Esses pontos formaram a base do debate, que procurou não apenas expor problemas, mas também propor ações para superá-los.

"A crise na educação não é por acaso" – a visão de Darcy Ribeiro

Durante sua apresentação, o Professor Francisco Poli fez uma reflexão profunda, evocando a famosa frase de Darcy Ribeiro: "A crise da educação no Brasil não é uma crise, é um projeto." Esta citação resume a ideia de que a crise no sistema educacional é, em parte, intencional, mantendo-se uma falta de investimentos e suporte adequados para que o sistema permaneça enfraquecido.

Poli explicou que, ao não priorizar a educação pública, perpetua-se uma estrutura que não prepara os cidadãos para questionar e evoluir criticamente. Além disso, esse cenário contribui para o aumento da desigualdade social. Atualmente, apenas 20% dos alunos das universidades públicas são oriundos de escolas públicas, uma realidade que, segundo Poli, evidencia e perpetua a exclusão social. Somente aqueles com acesso a uma educação de qualidade conseguem avançar e obter oportunidades de crescimento, enquanto a maioria dos estudantes das escolas públicas fica excluída dessas oportunidades. O resultado é um sistema que reforça e amplia as desigualdades já existentes, comprometendo o desenvolvimento igualitário da sociedade.

Ele argumentou que a falta de investimentos atinge tanto os professores quanto a infraestrutura das escolas, resultando em uma educação pública precária. Para ele, a mudança desse cenário exige respostas práticas e diretas, que devem incluir a valorização da carreira docente com salários dignos e concursos públicos que não só garantam o ingresso de novos profissionais, mas também avaliem regularmente suas competências.

A urgência de um projeto pedagógico forte e transformador

Os debatedores concordaram sobre a importância de ações concretas e o desenvolvimento de um projeto pedagógico sólido e sustentável. A Professora Marinalva Nunes e o Dr. Julio Bonafonte reforçaram a necessidade de investir na valorização dos professores para restaurar a autoestima e a motivação desses profissionais. Destacaram que, sem um ambiente de trabalho positivo e respeitoso, o sistema educacional enfrenta grandes dificuldades em promover as transformações necessárias para o seu fortalecimento.

Reflexões finais

As discussões evidenciaram que a crise na educação não pode ser enfrentada de maneira superficial. É fundamental adotar uma abordagem proativa e concreta, voltada para valorizar os profissionais da educação e fortalecer o sistema como um todo.

A CNSP acredita que investir em uma educação de qualidade é essencial não apenas para formar cidadãos conscientes e capazes, mas também para reduzir desigualdades e impulsionar o crescimento econômico e social de maneira sustentável. A educação é vista como o motor que transforma vidas, comunidades e o próprio país. É através do fortalecimento desse pilar que visualizamos um futuro mais equitativo e promissor para todos os brasileiros, e é por isso que nos dedicamos a promover diálogos e buscar soluções para uma educação pública de qualidade.


*Antonio Tuccilio
Presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos

 

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