Fórmula 1
Bernie Ecclestone não deixou barato as críticas feitas por Luca di Montezemolo sobre o atual gerenciamento da F-1. Em entrevista ao jornal "The Times", Ecclestone rebateu os comentários do presidente da Ferrari e afirmou, sem esconder o descontentamento, que a F-1 "comprou" a lealdade do time vermelho.
Para o dirigente italiano, porém, a categoria precisa ser administrada de forma mais transparente. "Precisamos abrir uma página em branco com Ecclestone e Donald Mackenzie, não somente para tratar da quantidade de dinheiro, mas também para sabermos como lidar com os circuitos, torcedores e várias outras questões", afirmou Montezemolo, que também ocupa o cargo de presidente da Fota (Associação das Equipes de F-1), na tradicional coletiva de fim de ano em Maranello, nesta semana.
"Nós também queremos saber mais da FOM, o quanto eles ganham, essas coisas. Pois podemos fazer, como em outros esportes, uma liga, e cuidarmos dos nossos próprios interesses. Mas queremos saber mais sobre as taxas para podermos diminuir os preços dos ingressos", continuou.
Entretanto, Bernie revelou que a escuderia italiana possui um regime financeiro especial, devido à importância histórica do time. "A única coisa que ele não mencionou é o dinheiro extra que a Ferrari recebe, que é uma quantia muito maior que a dos demais times, além de outros benefícios que a equipe sempre teve durante anos", disse o homem forte da categoria.
"A Ferrari recebe muito mais dinheiro que todos os outros times. Eles sabem muito bem o quanto ganham, não são assim tão estúpidos, apesar de não serem brilhantes. Eles ganham cerca de US$ 80 milhões a mais por ano. Por exemplo, se conquistam o Mundial de Construtores, como aconteceu neste ano, o time recebe US$ 80 milhões a mais do que receberia a McLaren, se tivesse vencido", revelou.
"Em vez de pedir dinheiro, ele deveria dividir com as outras escuderias todo o dinheiro extra que a Ferrari recebe", acrescentou. O britânico ainda foi além e disse que os atuais termos do acordo com o time italiano foram ratificados em 2003, quando algumas equipes manifestaram o desejo de deixar a F-1, devido à forma como o esporte vinha sendo gerido.
"A Ferrari é a única equipe que rompeu com as outras montadoras. Agora, por que eles fizeram isso? Porque o dinheiro vem desse fator. Nós 'compramos' a Ferrari. Nós 'compramos' a lealdade da Ferrari, para impedir que a equipe passe para outras mãos", explicou. (Fonte: Warmup)