É claro que a voz já não é a mesma e através dos 57 anos dedicados à carreira artística, já apresenta certo desgaste, talvez nas cordas vocais. No rosto, os sinais evidenciam talvez o cansaço de uma vida inteira dedicada à música, pois no auge da fama era necessário enfrentar várias noites para atender os contratos e o exigente público e ao lado do marido Délio (falecido), quando a dupla “Délio e Delinha” encantou milhões de pessoas ao longo dos seus 77 anos de vida.
Essa é cantora Delinha, conhecida pelos mais antigos como “onça do pantanal”, que nesta quarta-feira (30), à noite, abriu a maratona de shows do Festinbonito, que está sendo realizado na cidade de Bonito.
Ao lado da cantora Perla que também subiu no palco nesta primeira noite e ambas cantaram os seus maiores e inesquecíveis sucessos, brindaram o público que a cada canção, acompanhava as artistas, fazendo o coro.
O clima ameno ajudou nas apresentações das cantoras e assim um grande público pode comparecer à praça central da cidade. No local, uma mistura da chamada velha guarda com os jovens que, à medida que a cantora sul-mato-grossense iniciava uma música, ela tinha certeza do coro feito por milhares de vozes, que saudosos de sucessos, externavam a alegria de vê-la de perto.
Para quem estava com saudades, a apresentação foi “rápida”. Apenas 12 músicas foram cantadas pela “onça do pantanal”, que ao lado do filho João Paulo com quem forma agora a nova dupla e do grupo Antigo Aposento, integrada pelos músicos João Paulo (violão e voz), Cláudio Paes (bateria), Laurindo Flávio (guitarra), Francisco Barros (baixo) e Tião César (acordeon), se apresentaram durante uma hora.
O publicou ouviu 12 canções e entre elas as “pérolas”, com solicitações aos gritos como: Prazer de fazendeiro, Chora, chora violão, Por onde andei Filosofia, Prenda Querida e – a mais pedida da noite – O sol e a lua.
Depois, já nos camarins, a cantora externando a sua alegria disse que: “Não vinha à Bonito há 20 anos. Antigamente você vinha aqui dava um grito e a cidade inteira escutava. Hoje é essa cidade famosa, que recebe um festival que dá oportunidade para nós mostrarmos nosso trabalho”, disse Delinha escancarando um largo sorriso de satisfação.
Após a apresentação da cantora sul-mato-grossense, foi a vez da Paraguai Perla, “mexer” com o público, em função dos novos arranjos apresentados nas músicas tradicionais como Chiquitita, um de seus hits nos anos 70 e Galopeira. Ao cântaro bolero “Besame Mucho”, a nova roupagem musical ganhou um tom mais pesado e nele, o destaque foi o solo da guitarra. Apesar da nova roupagem musical, a voz e os gritos continuam inconfundíveis, mexendo com o público.
No show, a cantora paraguaia que mora em São Paulo, há mais de 40 anos, cantou sucessos como Paloma branca, Mercedita, Quilômetro onze, Índia, Fernando e Rios da Babilônia, a cantora encerrou seu show com hits da década de 80 dos Bee Gees e Abba. Os cinco músicos que a acompanha são de nacionalidade brasileira e paraguaia.