O Ministério da Saúde anunciou que o SUS (Sistema Único de Saúde) passará a oferecer, ainda em 2025, o Implanon — um contraceptivo hormonal subdérmico que custa até R$ 4 mil na rede privada. A medida tem como foco ampliar o acesso a métodos eficazes de planejamento familiar e começa a valer no segundo semestre. A expectativa é distribuir 500 mil unidades neste ano e, ao todo, 1,8 milhão até 2026.
O Implanon, que contém o hormônio etonogestrel, evita a ovulação e tem duração de até três anos, sem necessidade de manutenção. A escolha de incorporá-lo ao SUS foi aprovada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias). Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o método “tem eficácia superior à maioria dos contraceptivos já ofertados” e será essencial no planejamento reprodutivo de mulheres.
Atualmente, o único método de longa duração disponível no SUS é o DIU de cobre. O Implanon entra nessa mesma categoria de LARC (contraceptivos reversíveis de longa duração), que oferecem mais segurança por não dependerem do uso contínuo ou disciplina da usuária, como ocorre com pílulas e injeções. O implante será inserido e removido por profissionais da atenção básica, que passarão por treinamento específico.
A iniciativa também faz parte do compromisso do Brasil com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, visando reduzir a mortalidade materna em 25% no geral e 50% entre mulheres negras até 2027. A portaria oficial será publicada nos próximos dias, e o Ministério terá 180 dias para iniciar a distribuição nacional do contraceptivo.