Profissionais de saúde voluntários, incluindo um médico infectologista, uma técnica em enfermagem, uma psicóloga e uma veterinária, têm prestado atendimentos vitais às comunidades indígenas Barra do São Lourenço, Aterro Binega e moradores isolados na região do Rio São Lourenço. Com apoio do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), a equipe tem se deslocado por meio de embarcações para enfrentar as dificuldades de acesso e oferecer cuidados a pessoas afetadas pela grave situação dos incêndios florestais, que se intensificaram desde 11 de outubro.
Isabelle Bueno, coordenadora do IHP, ressaltou, em entrevistsa ao programa Rádio Livre, da Educativa FM 104,7, o esforço de voluntários que, “saem de suas rotinas e encaram um cenário desafiador, em que as condições de saúde e emocionais das comunidades estão fragilizadas devido à fumaça e ao isolamento”. Entre os principais problemas de saúde detectados estão doenças respiratórias, hipertensão e questões emocionais, agravadas pelo estresse de viver em uma área de constante risco ambiental.
A presença de uma psicóloga revelou-se essencial, segundo Isabelle, dada a situação emocional das comunidades: “Essas pessoas viveram situações de muito risco e estão isoladas. Muitos ficam sem suporte devido ao alto custo para sair da região, já que a viagem até a cidade leva cerca de oito horas de barco, com um custo elevado de combustível”, explicou.
Com o apoio do Instituto Amigos do Coração e Amapil Táxi Aéreo, a equipe levou remédios para distribuição, atendendo também animais domésticos da região. Os voluntários estabeleceram uma base no IHP e organizam atendimentos mesmo com as dificuldades de navegação, causadas pelo nível baixo dos rios.
O presidente do IHP, Angelo Rabelo, que esteve na região, destacou a gravidade da situação: “A fumaça está em uma condição terrível. A falta de chuva impede a dispersão da fumaça tóxica. É uma emergência de saúde pública, e temos que agradecer aos voluntários que estão se dedicando para ajudar a mitigar esses efeitos”.
A região das comunidades, que se localiza entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, continua sob monitoramento das brigadas de incêndio. A equipe de voluntários ainda enfrenta dificuldades de acesso, especialmente no Aterro do Binega, devido ao baixo nível das águas. Contudo, a missão segue com o apoio do Corpo de Bombeiros, que também mantém vigilância constante para prevenir novos focos de incêndio e proteger o bioma pantaneiro.
Sobre o Instituto Homem Pantaneiro
O IHP, fundado em 2002 em Corumbá (MS), é uma organização dedicada à preservação do Pantanal. Atuando em projetos como a gestão de áreas protegidas e o apoio a pesquisas científicas, o instituto também lidera iniciativas de proteção ambiental, como a Brigada Alto Pantanal, e integra o Observatório Pantanal. Mais informações podem ser acessadas pelo site institutohomempantaneiro.org.br.