O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, voltou a emitir um alerta nesta quinta-feira (16) sobre o risco de instabilidade no sistema elétrico, que também pode atingir Mato Grosso do Sul. Segundo ele, o aumento no uso da energia solar tem provocado sobrecarga nas hidrelétricas no fim do dia, um fenômeno chamado de “rampa de carga”.
De acordo com Feitosa, a rampa — diferença entre geração e consumo — deve subir 33% até 2028, passando de 40 para 53 gigawatts (GW). “É nesse momento, entre o final da tarde e o início da noite, que o sistema fica mais vulnerável. Se houver qualquer falha, o risco de apagão é real”, afirmou o diretor.
O aumento da geração solar durante o dia reduz a demanda nas usinas, mas a pressão volta ao entardecer, quando o consumo cresce e a energia solar diminui. “Se a usina não estiver pronta para atender a demanda rapidamente, o sistema entra em colapso. É como um chuveiro a gás: não aquece na hora que você liga”, exemplificou.
Mato Grosso do Sul está entre os estados com maior crescimento na instalação de painéis solares residenciais e comerciais, o que contribui para o desafio. O avanço da geração distribuída, apesar de positivo, dificulta o controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por equilibrar a oferta e o consumo em tempo real.
Feitosa reforçou que é preciso investir em planejamento e novas tecnologias para evitar falhas. “O sistema brasileiro é interligado, então um problema em um estado pode afetar todo o país. O momento exige atenção e ação imediata”, concluiu.
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