22 de fev. de 2023
Quando Joel indica que aquele senhor tinha achado um bom lugar para se esconder, ele diz que foi para lá antes de Joel nascer, para se livrar de todo mundo. “Eu não queria”, diz a esposa. Às vezes, uma família é um mosteiro. É uma opção beneditina. Eles não queriam estar com todo mundo. São um homem e uma mulher em um bunker, a seu modo. Eles vivem de modo como se o surto dos fungos não tivesse chegado até eles. Eles não sabem quem são os vagalumes.
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No pequeno paraíso comunista aonde chegam, tudo é compartilhado e funcional. No apocalipse, a ideologia importa pouco. Importa sobreviver, mesmo que signifique deixar o irmão para trás. É uma forma de dar adeus e deixar tudo para trás. Ficar ali poderia ser seguro para Joel e Ellie, mas ele tinha que prosseguir. Ali eles teriam boa comida, água, energia. Eles viveriam confortavelmente, mas por quanto tempo? Não se sabe.
Joel, que só queria encontrar o irmão, para saber se ele estava vivo, agora tem que seguir em frente, deixar o passado para trás porque tem uma missão. Seguir em frente independentemente dos riscos e dos medos.
Ferrou tudo. O que Ellie faria daqui para frente se Joel morresse. Ela não sabe. Ela precisa de um direcionamento. Joel lutou como podia, para não falhar novamente. Uma coisa é dormir durante uma vigília, Ellie conseguiu se virar, mas bastava acordá-lo para saber o que fazer. Agora não. Os temores dela vieram à tona, emergindo do rio da morte que parecia inofensivo e até tinha a sua beleza.
Nós precisamos de um direcionamento para saber o que fazer. Para saber para onde ir. Para não ficar como Ellie desse episódio: desesperada. Por isso é importante saber em quem confiar, afinal, como Maria disse: “Veja bem em quem você deposita sua fé. A traição só pode vir daqueles em quem confiamos”.
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