O superintendente regional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), David Lourenço, anunciou agora há pouco que foi exonerado do cargo pelo presidente nacional do órgão, Curt Trennepohl.
A superintendência regional do Ibama e ele próprio estão sob investigação da Polícia Federal que apura criação, matança e venda de animais em cativeiro na Operação Caíman.
Servidores do Ibama estariam envolvidos nas irregularidades.
Contudo, ele afirma considerar que sua exoneração seja uma atitude de praxe visto que o órgão passa por investigações.
Lourenço concedeu entrevista na sede regional do PT partido ao qual é filiado e que o indicou para chefiar o Ibama.
Além de fazer varredura na sede do órgão, a PF revistou também a casa do superintendente no dia 7 de outubro, em busca de provas das irregularidades.
“Minha consciência está tranqüila”, disse hoje na sede do PT. Ele afirma que quando soube do abate irregular de jacarés puniu os envolvidos aplicando multas.
Além de exonerar o superintendente, o comando nacional do Ibama deverá examinar o órgão regional internamente.
As investigações começaram em agosto passado quando a filha de um servidor do Ibama foi presa em flagrante transportando cerca de 100 jacarés abatidos e carne do animal dentro de isopores.
O pai da jovem era responsável pela atividade de controle e fiscalização de licenças ambientais do órgão.
A polícia esteve na fazenda do servidor. O local funcionava como pousada e mantedora de um criadouro de jacaré. Ele recebeu uma multa no valor de R$ 300 mil.
Lourenço que comandou o Ibama por três anos e sete meses agora tem 30 dias para se apresentar ao cargo de origem. Ele é servidor concursado da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).
O ex-superintendente ainda não sabe quem irá substituí-lo no cargo. Porém, acredita-se que o PT é quem deve indicar o novo chefe do órgão.
Hoje, ele disse aos jornalistas que seu nome continua cotado para ocupar outro cargo federal. Uma possibilidade seria o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) hoje chefiado por Celso Cestari.
