Em um aérodromo abandonado, usado na Segunda Guerra Mundial, a maior categoria do automobilismo mundial começava sua trajetória há 60 anos. O Mundial de Fórmula 1 disputava sua primeira prova, o GP da Grã-Bretanha, no circuito de Silverstone, no dia 13 de maio de 1950, um sábado.
A largada da corrida foi autorizada às 14h30m locais e a vitória ficou com Giuseppe "Nino" Farina, ao volante de um Alfa Romeo 158. Tantos anos depois e já afirmada no cenário mundial, a F-1 realiza o GP de Mônaco neste fim de semana, em sua 61ª temporada.
A prova foi anunciada como "a primeira corrida de carros de Fórmula 1" e que "teria representantes de Argentina, Itália, França, Mônaco, Suiça, Tailândia, Bélgica, Irlanda e Grã-Bretanha". O GP teve 21 carros inscritos, com 23 pilotos aptos a correr. Na época, era permitido que dois deles dividissem apenas um chassi e, além disso, eles poderiam se revezar em carros do mesmo time. A temporada teve sete corridas (Grã-Bretanha, Mônaco, 500 Milhas de Indianápolis, Suíça, Bélgica, França e Itália) e terminou com o título de Nino Farina.
A idéia dos grandes prêmios nasceu nas corridas francesas do final do século XIX. A atenção do público cresceu e em 1924 nasceu a Associação Internacional de Clubes de Automóveis Reconhecidos (AIACR). Ao longo das décadas seguintes, várias corridas foram disputadas e nomes como o do italiano Tazio Nuvolari e do alemão Bernd Rosemeyer eram os principais destaques. Em 1947, após a pausa causada pela Segunda Guerra Mundial, os clubes se reorganizaram e fundaram a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), com sede em Paris.
E em 13 de maio de 1950, às 14h29m, soava a sirene que marcava o início do primeiro Mundial de Fórmula 1. No entanto, as matérias jornalísticas da época relatam uma história curiosa. Segundo ela, todos os carros arrancaram, menos os carros da Alfa Romeo porque o Sr. Guidotti, responsável pela marca, disse que faltavam 30 segundos para o horário oficial. Às 14h30m, afinal, a largada foi autorizada.
Naquela época, ninguém imaginava que a F-1 alcançaria tão alto patamar de importância no automobilismo e no esporte mundial. Mas a categoria só se tornou o que vemos atualmente com a chegada de Bernie Ecclestone, em 1969. Ele comprou a Brabham e foi aumentando sua importância gradativamente na categoria, até assumir o cargo de chefe comercial. Desde os anos 80, ele cuida de todas as transações de patrocínio e venda de direitos da F-1.
Confira o resultado da primeira corrida da história da Fórmula 1 em Silverstone:
1 - Nino Farina (ITA/Alfa Romeo) - 70 voltas em 2h13m23s6
2 - Luigi Fagioli (ITA/Alfa Romeo) - a 2s6
3 - Reg Parnell (ING/Alfa Romeo) - 52s0
4 - Yves Giraud-Cabantous (FRA/Talbot-Lago) - a 2 voltas
5 - Louis Rosier (FRA/Talbot-Lago) - a 2 voltas
6 - Bob Gerard (ING/ERA) - a 3 voltas
7 - Cuth Harrison (ESC/ERA) - a 3 voltas
8 - Philippe Etancelin (FRA/Talbot-Lago) - a 5 voltas
9 - David Hampshire (ING/Maserati) - a 6 voltas
10 - Joe Fry/B.Shawe-Taylor (ING/Maserati) - a 6 voltas
11 - Johnny Claes (BEL/Talbot-Lago) - a 6 voltas
Não completaram:
Juan Manuel Fangio (ARG/Alfa Romeo) - a 8 voltas/vazamento de óleo
Joe Kelly (IRL/Alta) - a 13 voltas/não classificado
Príncipe Birabongse Bhanubandh (TAI/Maserati) - a 21 voltas/pane seca
David Murray (ESC/Maserati) - a 26 voltas/motor
Geoff Crossley (ING/Alta) - a 27 voltas/não classificado
Emmanuel de Graffenried (SUI/Maserati) - a 34 voltas/motor
Louis Chiron (MON/Maserati) - a 46 voltas/embreagem
Eugène Martin (FRA/Talbot-Lago) - a 62 voltas/pressão do óleo
Peter Walker/Tony Rolt (ING/ERA) - a 65 voltas/câmbio
Leslie Johnson (ING/ERA) - a 68 voltas/compressor
Melhor volta: Nino Farina (ITA/Alfa Romeo) - 1m50s6, na 2ª volta
(Fonte: Globo Esporte)
