Agora só falta a colação de grau para que o acadêmico Zenaldo Moreira Martins seja oficialmente o primeiro indígena graduado em Engenharia Ambiental no Estado. Assim como grande parte dos indígenas que chegam ao nível superior, a trajetória de Zenaldo foi repleta de desafios. Segundo ele, a dificuldade financeira para se manter longe de casa foi um dos principais obstáculos, além da adaptação cultural que já é, por si só, um grande desafio. O indígena apresentou sua defesa de monografia na UEMS na sexta-feira (21).
"Ser o primeiro guarani kaiwoá formado em Engenharia Ambiental em MS é uma grande responsabilidade. Devo isso a minha comunidade e ao Rede Saberes da UEMS, que me deu a base quando cheguei na Universidade, foi essencial na minha formação", relata o estudante referindo-se ao projeto que estimula a permanência de estudantes indígenas na Universidade.
Combate à evasão
Além do Rede de Saberes, UEMS e Governo do Estado contam com ações de apoio à permanência para evitar a evasão desses estudantes da graduação. Os indígenas matriculados na UEMS podem concorrer a uma bolsa do Programa Vale Universidade Indígena, vinculado à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho. A instituição conta ainda com programas próprios de assistência estudantil, como auxílio alimentação, auxílio moradia e bolsa permanência, disponíveis para acadêmicos de baixa renda, além das bolsas de iniciação científica, iniciação à docência, monitoria, entre outras.
Prestes a concluir sua formação cuja etapa final será a colação de grau, Zenaldo não tem dúvidas sobre que rumo dará a sua carreira: "Quero ajudar minha comunidade, para isso pretendo trabalhar na parte de saneamento básico da aldeia que ainda é muito precária", diz ele.
A UEMS é única universidade brasileira com reserva de vagas para indígenas em todos os cursos de graduação.