As variações climáticas entre os meses de junho e agosto anteciparam o florescimento dos Ipês amarelos, que normalmente ocorre no inverno e é mais intensa com a umidade baixa.
A floração dessas árvores típicas do cerrado, a qual acontece no inverno, tende a ser mais fascinante quanto mais intensa for a estação e, dependendo dos extremos do clima, pode acontecer mais de uma vez ao ano. Como o mês de junho foi chuvoso e apresentou temperaturas abaixo dos 10º e, em seguida, um agosto quente e estiado, as condições para o florescimento ficaram perfeitas.
O pesquisador aposentado da Embrapa e professor visitante da pós graduação em Biologia Vegetal e Biotecnologia e Biodiversidade do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UFMS, Arlindo Pott, explica que: “Essas alternâncias de tempo, seca e chuva, são que detonam os processos dentro da planta. Esses ipês são geneticamente condicionados, pois, dentro das plantas têm hormônios e eles agem sob determinadas condições. Tudo isso, para que a planta se perpetue e sobreviva. Em condições mais comuns, na nossa região, há uma estação seca relativamente definida. Quando esta estação é perturbada, com alternância de calor, chuva e estiagem, a planta pode florir mais de uma vez ao ano”.
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Foto: Deurico/Arquivo Capital News
Arlindo destacou que neste momento as diversas espécies de Ipê Amarelo predominam em Campo Grande e destaca que alguns podem estar em mais de uma floração, visto que, muitos apresentam, ao mesmo tempo, flores e frutos. Destaca ainda, que os ipês plantados em área urbana são privilegiados, porque não há competição com outras árvores, e as pessoas molham, há mais cuidado.
O estudioso explica que quem deseja investir no plantio dessa espécie, não deve guardar as sementes de um ano para outro. “Tem de ser colhidas assim que o fruto se abre”.
Conhecidos também como tabebuia, piúva ou pau d’arco os ipês são completamente adaptados ao clima seco do inverno do Centro-Oeste. Ainda assim, também florescem na região do Pantanal.
