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ENTREVISTA Terça-feira, 01 de Julho de 2014, 14:52 - A | A

Terça-feira, 01 de Julho de 2014, 14h:52 - A | A

‘O que falta para o futebol de MS é atitude’, afirma André Chita que está no futebol árabe

Malu Cáceres - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O educador físico e coordenador de futebol do Emirates Club, André Chita, visitou a redação do jornal e contou um pouco durante a entrevista exclusiva ao Capital News de sua experiência no mundo do futebol. André trabalha hoje na liga de futebol dos Emirados Árabes, onde está há seis meses, e falou das dificuldades que teve aqui no Brasil.

O entrevistado destacou que Mato Grosso do Sul é um celeiro de talentos, porém falta profissionalização, atitude da Federação de futebol em realmente mudar a situação decadente em que se encontra o futebol sul-mato-grossense.

André Chita tem 46 anos, formou-se em educação física em Campo Grande. Em meados de 1982 foi atleta do Operário Futebol Clube, em seguida do Comercial, porém, como ele mesmo exalta, percebeu suas limitações como atleta e decidiu estudar.

Tornou-se preparador físico e trabalhou em grandes clubes brasileiros, entre eles vale destacar a Portuguesa, o Figueirense, o Bahia, Mirassol e Olímpia, e o Chapadão do Sul onde conquistou o estadual.

Chita trabalha nesta temporada nos Emirados Árabes, como coordenador técnico em um time da 1° divisão de lá chamado Emirates Club. De férias no Brasil, para assistir a Copa do Mundo, ele retorna no dia 18 de julho para rotomar a sua rotina de trabalho.

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Chita destaca o carinho que recebe dos colegas de trabalho e que mesmo distante 'se sente em casa'
Foto: André Chita/Foto Cedida

Capital News: André, quais as diferenças que encontrou no futebol e no treinamento realizado lá nos Emirados Árabes?

André: Bom, a diferença mais gritante lá é o calor! Lá é impossível treinar dois períodos, é muito quente. Pra se ter uma idéia, nós só treinamos a noite a partir das 22 horas. O profissionalismo também é algo que chama a atenção. Lá todos os estádios têm boa estrutura, com vestiários impecáveis, gramados perfeitos. São estádios pequenos para 10, 15 mil pessoas, mas são de primeira, tudo top.

Capital News: Quais times e técnicos você trabalhou aqui no Estado?

André: Em 1989 trabalhei com o saudoso Teotonio Pereira quando o Operário Futebol Clube foi Campeão. Em 1995 fui campeão com o Chapadão do Sul. Já Trabalhei com o Ruy Câmara, Silvio Elite, Amarildo Carvalho, Gilmar Calonga.

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Devido ao calor os treinos são realizados apenas a noite, a partir das 22h
Foto: André Chita/Foto Cedida

Capital News: O time que você trabalha o Emirates Club, como você o define? E o nível dos atletas, muito diferente daqui?

André: O Emirates é um clube mediano, da primeira divisão. Tem uma estrutura referência para os atletas, possibilita o desenvolvimento de um excelente trabalho. Os atletas de lá tem uma realidade bem diferente daqui. Grande parte deles tem o esporte como hobbie.

Nomes expressivos do futebol já passaram por lá, como é o caso do Grafite ( ex-São Paulo) e do argentino Herrera (ex- Corinthians) que atua no time. Outro fator interessante é a cultura do local, os atletas levam para dentro do centro de treinamento alguns costumes bem peculiares, mas nada que atrapalhe a rotina, muito pelo contrário.

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A estrutura do Emirates Club foi algo que chamou atenção de Chita e fator decisivo no momento de aceitar trabalhar no clube
Foto: André Chita/Foto Cedida

 

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O argentino Herrera é um dos craques que atua no Emirates
Foto: André Chita/Foto Cedida

 

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Hora do almoço: Chita aproveita a diversidade cultural e o momento mais relax para confraternizar com os atletas
Foto: André Chita/Foto Cedida

Capital News: Tem previsão de voltar a trabalhar no Brasil ou até mesmo em Mato Grosso do Sul?

André: Olha, eu tenho contrato lá de um ano, com possibilidade de renovação. Eu gosto muito de trabalhar onde estou. Me adaptei bem e meu objetivo é ficar enquanto possível, porém se houver a possibilidade de voltar para o Brasil e até mesmo para Mato Grosso do Sul, como uma boa proposta, nada impede.

Capital News: O futebol aqui no Estado não anda muito “bem das pernas”. Por último estamos em uma novela sobre o representante de MS no Brasileirão. Em sua opinião, por que está tão complicado e o qual seria uma saída viável para tirar o futebol da atual situação?

André: Eu lamento muito a situação em que se encontra o futebol aqui de Mato Grosso do Sul. Acredito que uma união entre todos os envolvidos desde a Federação, passando principalmente pela profissionalização dos dirigentes dos clubes, poder público, empresas privadas e inclusive a imprensa poderia iniciar uma mudança em longo prazo dentro do futebol.

Se os problemas existentes não forem ouvidos e enxergados pelos envolvidos a situação nunca vai mudar. Acho que profissionalizar seria um bom inicio, valorizar os talentos que Mato Grosso do Sul tem dentro e fora de campo. É preciso mais atitude e menos conversa. A resenda tem que ser curtinha e objetiva.

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Grafite, ex São Paulo, também já passou pelos gramados do Emirates Club
Foto: André Chita/Foto Cedida

 

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Estádios pequenos mas com grandes estruturas para bem acomodar atletas e público
Foto: André Chita/Foto Cedida

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