O governo quer permitir às pessoas trocar de plano de saúde sem que precisem cumprir nova carência. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) quer obrigar os planos a aproveitar a carência que associados já cumpriram no plano anterior.
Segundo o presidente ANS, Fausto Pereira dos Santos, a idéia é que nova medida incentive a concorrência e force as empresas a investir em outras políticas. "Políticas que podem passar por rebaixamento de preço, por oferecer melhores condições, por desburocratizar autorizações. Eu acho que as empresas vão desenvolver políticas de fidelização", aponta Santos.
Hoje, quem tem um plano de saúde individual e está insatisfeito precisa tomar uma decisão difícil: continuar insatisfeito ou mudar de plano e começar do zero a contagem de tempo para a carência. Só em janeiro, a agência recebeu 400 reclamações sobre carências de planos.
Para o promotor de defesa do consumidor, Leonardo Bessa, a mudança é um avanço importante. "Perder o plano de carência não vai mais segurar o consumidor. O que vai ter que segurar o consumidor na empresa é realmente a qualidade, o bom atendimento do serviço", diz Bessa.
Presente de grego
Quando completou 60 anos, o geólogo Frederico Lopes Barbosa recebeu a notícia de que a mensalidade de seu plano de saúde aumentou de R$ 310 para quase R$ 1 mil. Teve que mudar de plano. Contratou um mais barato, mas perdeu a carência, prazo exigido para fazer certos exames ou cirurgias. Tempo que ele já havia cumprido na empresa anterior, onde era cliente há 15 anos. Ele se sentiu abandonado.
"Frustrado, sem direitos. Quando completa 60 anos, o seu rendimento não aumenta. Os planos aumentam, e é uma época que você precisa", comenta Barbosa.
Campo Grande Sexta-feira, 03 de Maio de 2024
