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Saúde Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008, 19:17 - A | A

Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008, 19h:17 - A | A

Paraguaios invadem hospitais buscando vacina contra febre amarela

EFE

Os bloqueios de ruas e os protestos perante os postos de saúde se repetiram hoje no Paraguai pela falta de vacinas contra a febre amarela, enquanto as autoridades insistem em que a prioridade é a contenção epidemiológica da doença.

"O mais importante na luta contra a febre amarela é a luta contra o vetor através da eliminação de focos, a fumigação e, por último, a vacinação", afirmou em entrevista coletiva o ministro da Saúde, Óscar Martínez.

A aparição da febre amarela, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti nas áreas urbanas, obrigou o Governo a declarar emergência nacional para tentar evitar uma epidemia.

Martínez afirmou que das sete pessoas que se acreditava que teriam morrido este ano de febre amarela três foram descartadas, enquanto se esperam os resultados definitivos de exames médicos das outras quatro.

Ele estimou em 33 o número de doentes com suspeitas da doença. Os dados contrastam com os da imprensa local, que hoje calculou em oito os supostos casos fatais, após a morte na madrugada passada de Fidelino Rodríguez, 49 anos, em um hospital de Assunção, com sintomas de febre amarela.

Martínez disse que desde a chegada de uma remessa de 800 mil doses de vacina do Brasil e de 144 mil do Peru, no sábado passado, 426.850 pessoas foram imunizadas, em sua maioria em Assunção e de vários municípios limites, principalmente em San Lorenzo.

Longe de aplacar a ansiedade coletiva, a chegada das vacinas aumentou o comparecimento dos paraguaios aos centros de saúde, em meio a protestos contra a desorganização em muitos deles e contra a restrição, a partir de hoje, do horário de atendimento.

A atuação do ministro da Saúde foi questionada por vários grupos da oposição e a imprensa local denunciou a suposta entrega de vacinas a dirigentes do governante Partido Colorado, no poder há 61 anos, para que fossem usadas em plena campanha para o pleito geral de abril.

Sobre isso, Martínez disse que pediu à promotoria a abertura de uma investigação e disse que se a população pedir sua renúncia, está disposto a deixar o cargo "a qualquer momento", mas acrescentou que, se sair do posto, "vai continuar igual".

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