Em dois artigos publicados nesta segunda-feira na revista científica 'Science' e divulgados pela rede BBC, cientistas da Universidade Purdue, em Indiana, explicam como o vírus da dengue se torna mortal após transformações estruturais no interior das células afetadas.
Os biólogos analisam como uma proteína que recobre o genoma do vírus passa por transformações que levam ao amadurecimento do vírus. A descoberta poderia ajudar a desenvolver um tratamento antiviral para a dengue.
O vírus ainda não amadurecido, dentro da célula, é incapaz de se fundir com as membranas desta e infectá-la. Porém, o amadurecimento dá ao vírus essa capacidade e ocorre à medida que ele se move do interior da célula hospedeira para uma outra, que será infectada.
O vírus é submetido ao longo deste caminho a uma mudança de acidez que resulta na divisão de um composto de proteínas que recobre o genoma do vírus, pouco antes de ele ser transmitido de uma célula para outra.
O estudo se aplica não só ao vírus da dengue, mas a todos os chamados flavivírus, que são carregados por mosquitos e causam doenças como a febre do Nilo Ocidental, encefalite e febre amarela.
A dengue afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo - entre casos manifestados e não-manifestados - e mata cerca de 24 mil a cada ano. No Rio de Janeiro, 46.578 pessoas foram infectadas pela doença só este ano.