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Saúde Domingo, 31 de Março de 2019, 07:51 - A | A

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Carreta da Saúde

Carreta da Saúde diagnostica 78 novos casos de Hanseníase no Estado

O Estado vem cumprindo ao longo dos anos, a meta de cura de 75% dos casos diagnosticados

Flavia Andrade
Capital News

Divulgação

Carreta da Saúde diagnostica 78 novos casos de Hanseníase no Estado

O Estado vem cumprindo ao longo dos anos, a meta de cura de 75% dos casos diagnosticados

 

A Carreta da Saúde capacitou 494 profissionais e atendeu 1.191 pacientes em Mato Grosso do Sul em um mês, sendo diagnosticados 76 casos novos na população em geral e dois casos em menores de 15 anos. Através do projeto “Roda-Hans: Carreta da Saúde-Hanseníase”, a iniciativa integrou a Campanha Estadual de Luta contra a Hanseníase e foi realizado em uma parceria da Secretaria de Estado de Saúde (SES) com o Ministério da Saúde, Novartis Brasil e Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos (DAHW).

 

O objetivo do projeto “Roda-Hans: Carreta da Saúde-Hanseníase” é o diagnóstico precoce, divulgação e visibilidade da hanseníase na comunidade. O atendimento começou no dia 31 de janeiro e percorreu as microrregiões de Jardim e Aquidauana até o dia 1º deste mês, abrangendo os municípios de Dois Irmãos do Buriti, Anastácio, Aquidauana, Nioaque, Miranda, Bodoquena, Bonito, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Bela Vista, Caracol e Porto Murtinho.

 

Neste período, foram capacitados 494 profissionais nas aulas teóricas, e destes 39 médicos realizaram atendimento na carreta, sendo eles médicos do próprio Município com supervisão do Ministério da Saúde. Um total de 1.191 pacientes foram atendidos, sendo que 76 casos novos foram diagnosticados na população em geral e dois casos em menores de 15 anos.

 

De acordo com a gerente técnica do programa estadual, Geisa Poliane de Oliveira, “Em conjunto, os 12 municípios selecionados diagnosticavam em média 80 casos novos por ano, porém nos últimos anos houve uma redução de 50% desses diagnósticos, que podem estar relacionados com falta de educação em saúde para sensibilizar a comunidade, ausência de busca ativa de casos pelos serviços de saúde e diagnóstico tardio”, destaca.

 

Ainda conforme Geisa Oliveira, em 2018 as duas microrregiões somaram um total de 37 casos novos mas, após a carreta, esse número aumentou para 78 casos, “confirmando que a hanseníase ainda continua negligenciada e que é preciso abrir o olhar em busca dos casos ainda ocultos”, afirma.

 

Mato Grosso do Sul apresenta 598 casos em tratamento para hanseníase, cumprindo ao longo dos anos a meta de cura de 75% dos casos diagnosticados, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Para a gerente técnica do programa estadual, Geisa Oliveira,“Ressaltamos que a Hanseníase é uma doença transmissível e de evolução lenta, porém tem cura e o tratamento é fornecido pelo SUS”, explica a gerente Geisa Poliane que também ressalta a importância da prevenção: “Em busca da interrupção da cadeia de transmissão, além de curar os doentes, é necessário realizar busca ativa de casos entre os contatos intradomiciliares, favorecendo o diagnóstico precoce e prevenindo incapacidades. Em 2018, Mato Grosso do Sul registrou um total de 88,7% de contatos examinados, ultrapassando a meta estabelecida, de examinar 85% dos contatos”.

 

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) através do Programa Estadual de Controle da Hanseníase, realiza sistematicamente diversas atividades em parceria com o hospital de referência (Hospital São Julião) e o Laboratório Central (LACEN) em ações de controle, que envolvem treinamentos da rotina do serviço para os profissionais de saúde dos municípios, capacitações de educação em saúde, treinamento em diagnóstico laboratorial, manejo clínico da doença, supervisões técnicas, apoio técnico e logístico, além de campanhas educativas.

 

Entre as ações de conscientização a população, a gerente do Programa destaca a Campanha Estadual do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase realizada no início deste ano. Com o objetivo de alertar a população sobre sinais e sintomas da doença, estimular a procura pelos serviços de saúde e mobilizar profissionais na busca ativa de casos, favorecendo o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades.

 

Segundo Geisa Oliveira, “A campanha enfatizou a importância de examinar as pessoas que convivem ou conviveram de forma contínua e prolongada com os casos diagnosticados, bem como alertar a população para buscar os serviços de saúde ao menor sinal da doença, pois a transmissão se dá de uma pessoa doente sem tratamento para outra, por meio das vias aéreas”,conclui.

 

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