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Saúde Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008, 18:26 - A | A

Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2008, 18h:26 - A | A

Brasil e Paraguai divergem sobre caso de febre amarela na fronteira

Conesul News

Autoridades de saúde do Brasil e Paraguai não chegaram a uma conclusão sobre a causa da morte do brasileiro Rodolfo Escobar, 38 anos, que faleceu no dia 7 de fevereiro no Hospital Regional de Ponta Porã coma suspeita de ter contraído a febre amarela. Os resultados dos exames efetuados em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero são divergentes. No lado brasileiro, o Laboratório Central da Secretaria Estadual de Saúde informou que o resultado do exame é positivo. Já o Laboratório do Ministério da Saúde do Paraguai, em Assunção, informou que o exame deu negativo.

Rodolfo Escobar, 38 anos, era pedreiro. Brasileiro, morava numa casa na periferia de Pedro Juan Caballero, Paraguai.

A situação motivou uma reunião entre autoridades dos dois países. “Não é possível confirmar se houve ou não um caso de febre amarela. Estamos analisando a situação, ou seja, coletando informações sobre o quadro clínico do paciente antes de falecer. Pelos sintomas pode ter sido febre amarela, dengue hemorrágica ou outra doença parecida. Não dá para afirmar. O que podemos dizer é que suspeitamos até mesmo de uma síndrome febril icterohemorrágica, ou seja, um conjunto de doenças como a causa da morte do paciente”, informou Eugenio Oliveira Martins de Barros, diretor de vigilância em saúde do estado de Mato Grosso do Sul.

Ele se reuniu com o diretor regional de saúde do Departamento de Amambay, Paraguai, Victor Peralta. A reunião foi realizada no gabinete do secretário municipal de Saúde, em Ponta Porã, Josué Lopes.

Ambos informaram que, mesmo sem ter a confirmação do caso, foram tomadas todas as providências para evitar a proliferação das doenças. “A informação que tivemos é de que o cidadão trabalhava numa fazenda no lado brasileiro da fronteira e morava em Pedro Juan Caballero. Nestes locais já foram feitos todos os trabalhos necessários, como a vacinação dos moradores destas localidades”, afirmou Eugenio.

O diretor do departamento de saúde no lado paraguaio relatou que foi realizado um “bloqueio” em torno da casa onde Rodolfo morava no bairro San Ramon, em Pedro Juan Caballero: “vacinamos os moradores num raio de 35 quarteirões em torno da residência da família do rapaz. Também foi realizado o trabalho de borrifação para eliminar focos do mosquito transmissor da dengue e da febre amarela”, garantiu.

Outra providência foi acompanhar permanentemente se algum morador da região apresentou sintomas característicos das duas doenças: “até agora não notamos qualquer alteração. Na família de Rodolfo detectamos que um sobrinho dele apresentou quadro febril, mas que não evoluiu para nenhuma destas doenças. Estamos monitorando tudo, com o maior cuidado” assegurou Peralta.

Combate a dengue e a febre amarela

Enquanto isso as autoridades de saúde dos dois lados da fronteira solidificaram ainda mais a parceria na prevenção e combate às doenças na região. No último fim de semana houve borrifação de veneno numa faixa de 300 metros do lado brasileiro da fronteira, providência que deveria ter sido tomada pelos paraguaios.

Na quarta-feira o trabalho deverá se repetir: “são ações que já estavam previstas para evitarmos a dengue. Com relação à febre amarela estamos vacinando a população. Na semana passada recebemos mais 14 mil doses da vacina”, disse Josué Lopes.

No lado paraguaio, o diretor de saúde informou que existe um estoque de 10 mil doses da vacina contra febre amarela e que desde o começo do ano já foram vacinados 15 mil pessoas em Pedro Juan Caballero. Na cidade vizinha a vacinação está sendo feita em 5 locais, inclusive na zona rural.

No lado brasileiro a vacina pode ser encontrada no Centro Integrado de Saúde, CIS, localizado ao lado do Hemonucleo e também na Unidade Central de Saúde, na rua Aral Moreira, ao lado da Câmara Municipal. Equipes volantes estão efetuando a vacinação nas áreas rurais de Ponta Porã. Nesta segunda-feira havia uma equipe no Assentamento Itamarati.

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