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Polícia Terça-feira, 26 de Fevereiro de 2019, 19:30 - A | A

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DEPOIMENTO

Suspeita de matar idosa chorou ao ver foto da vítima, afirma delegada

Assassina confessa de início tentou dissimular a autoria do crime, mas foi confrontada pela polícia

Caroline Carvalho
Capital News

Caroline Carvalho/Capital News

Suspeita de matar idosa chorou ao ver foto da vítima, afirma delegada

Delegados Dimitri Palermo, Carlos Delano Gehring e Christiane Grossi concederam entrevista coletiva à imprensa nesta tarde, para dar detalhes sobre investigações

“Alguma coisa aconteceu com a vovó?”, foi assim que Pamela Ortiz de Carvalho reagiu ao ver a fotografia do corpo sem vida de Dirce Santoro Guimarães Lima, de 79 anos, largado em um terreno no Indubrasil. Ela esteve a tarde inteira desta segunda (25) na 7º Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento para ajudar nas investigações, que a princípio eram para encontrar a idosa, desaparecida desde sábado. 

 

Naquele dia, a vítima foi encontrada com o rosto desfigurado, e com várias marcas de sangue ao seu redor. A fotografia do local do crime foi apresentada à Pamela, que tentou demonstrar compaixão a idosa, com quem tinha relação próxima, e ainda simulou choro. Mais tarde, no entanto, ela confessou que ela mesma tinha assassinado a mulher, com medo de que ela pudesse entregá-la a polícia por ter roubado seu cartão de crédito.

 

Descrita como ‘fria’ e ‘dissimulada’ pela delegada Christiane Grossi de Araujo Rocha, que coordena as investigações, a autora teria se aproveitado do fato de que a idosa não possuía familiares na Capital para se aproximar dela e aplicar os golpes. A suspeita possuía sete passagens na polícia por estelionato, ameaça e peculato, e se apresentava como motorista de aplicativo, porém nem CNH tinha.

 

“Elas se aproximaram em junho do ano passado. Quando ela tinha algum problema, uma conta de água, alguma coisa assim, ela que pegava e levava daqui pra lá, de lá para cá. Um dia, a idosa percebeu que um cartão de crédito dela havia desaparecido, logo após ela sair com a Pamela para resolver algo relacionado a isso. E essa idosa havia concluído, não sei em qual juízo, mas falou pros vizinhos: “ó, eu sei que ela pegou o cartão e eu vou dar um aperto nela hoje”, disse o delegado Carlos Delano Gehring, da  DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), que também ajuda na elucidação do crime.

 

Reprodução/Facebook

Vítima teve o rosto desfigurado após ter sido espancada com a cabeça no meio-fio

Pamela Ortiz de Carvalho possuía várias passagens por estelionato e segundo investigações, teria matado a idosa por medo de que vítima pudesse entregá-la à polícia

Segundo os investigadores, a atitude de se aproximar da vítima e construir relação próxima é típica de estelionatários, e demonstra o quão longe eles conseguem chegar para realizar o crime. Durante o depoimento, Pamela, que foi a última pessoa a ser vista com a vítima antes do seu desaparecimento, deu várias versões contraditórias sobre o caso, e criava a todo momento ‘ressalvas mentais’ para demonstrar que se preocupava com a mesma. 

 

“Depois de agredir a vítima, ela falou que a colocou embaixo de uma árvore, porque estava sol e ela queria protegê-la de queimaduras. Depois, ainda disse que pediu ajuda para uns carros que passavam na rodovia, pediu socorro, mas ninguém parou. Perguntamos: ‘então porque você não ligou para o Samu, para ambulância, alguma coisa?’, e ela respondeu que se fizesse isso, seria presa”, explicou Delano. 

 

A suspeita teria golpeado a cabeça da idosa no meio-fio durante várias vezes, até a morte, e depois abandonado o corpo em um amontoado de lixo. A motivação do crime, segunda a polícia, seria que a suspeita estava com medo de que a mulher pudesse denunciar o fato de ela estar usando o seu cartão de crédito. No fim do interrogatório, que durou mais de 8 horas, a autora confessou o crime e foi presa em flagrante. Hoje, a medida foi convertida em prisão preventiva.

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