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Opinião Quinta-feira, 26 de Abril de 2018, 07:00 - A | A

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Opinião

Etarismo

Por Walter Roque Gonçalves*

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Etarismo, também chamado edaísmo e idadismo, segundo o site “bancaleiro.com” é “um preconceito em relação a uma ou mais pessoas baseado na idade e está no centro duma forma de discriminação muito comum: A discriminação etária”. Segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), um terço da nossa população terá mais de 60 anos em 2060. Lidar com envelhecimento da população não é apenas um problema para a previdência social como também para empresas que precisam lidar com esta força de trabalho pujante.

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Walter Roque Gonçalves - Artigo

Walter Roque Gonçalves

 

Esta problemática foi discutida no auditório da FGV, na capital paulista, no Fórum de Talentos Grisalhos. Este evento, o primeiro da edição, discutiu os desafios dos gestores ao contratar esta força de trabalho. Em 2010 a proporção de pessoas ativas para cada idoso era de 1 a cada 10, hoje é mais do que o dobro disso. A pesquisa realizada pela FGV e Brasil Prev aponta que 70% dos empresários entrevistados acreditam que profissionais mais velhos tem maior capacidade de solução de problemas. Mesmo assim, 75% dos gestores preferem contratar os mais jovens.

Segundo especialistas, este fato ocorre pela percepção gerada de que a 3ª idade não se adapta às novas tecnologias, é menos criativa do que os mais jovens, apresenta dificuldades de se adaptar às mudanças introduzidas nas organizações, ou mesmo pelos prováveis custos adicionais em assistência médica e odontológica dentro das empresas.

Espera-se que gerações jovens e estas de cabelos grisalhos não disputem as vagas, mas, que recebam tratamento igualitário levando em consideração as características peculiares de cada faixa etária. O professor José Pastore sugere, por exemplo, que as empresas utilizem as competências dos mais experientes para ensinar os mais jovens, como mentores. Soma-se o fato de que muitos dos idosos de hoje são mais ativos do que antes, cuidam da saúde: imprimem esforços em atividades físicas, tem alimentação regrada e se mantém em evolução, abertos a novas possibilidades e dispostos a compreender cada vez mais o mundo dinâmico da tecnologia.

Esta nova geração da terceira idade é tão capaz de gerar resultados nas empresas quanto os mais jovens e estará cada vez mais disponível no mercado de trabalho. Menosprezar a capacidade destes se reinventarem diante do desemprego ou das poucas garantias que a aposentadoria oferece é um preconceito que precisa ser combatido. A inclusão dos Talentos Grisalhos é inevitável. É preciso que todos façam a sua parte, sem etarismo.

 

 

*Walter Roque Gonçalves
Professor na FGV/ABS especializado em empresas micro e médias empresas | CRA 144.772 | Contato:(18) 99723-3109 | e-mail: [email protected]

 

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