No livro bíblico de Eclesiastes está escrito que, debaixo do céu, “tudo tem o seu tempo determinado”. A implantação de padrões de comportamento antes do devido tempo agride a ordem natural das coisas e põe-se em confronto com paradigmas divinos.
Refiro-me a uma cartilha que teria sido aprovada pelo Ministério da Educação e distribuída nas escolas como manual de ensino de práticas sexuais a crianças de nível fundamental. Seu conteúdo macabro mostra como beijar na boca, variadas posições para a prática do ato e informa qual o prazer sentido durante a relação.
É o Estado brasileiro desrespeitando a família, violentando a pureza natural das crianças, ao invés de proteger essa fonte de água cristalina. É a destruição de virtudes ainda envoltas no casulo da inocência, à revelia dos pais, que são, na formação do caráter, professores naturais de seus filhos, ainda que analfabetos.
Além das matérias que compõem a grade curricular (português, ciência etc.), a educação envolve a promoção de valores éticos e morais como fatores indispensáveis ao fortalecimento da família e da sociedade. É o desenvolvimento completo do individuo.
A educação infantil vai até cinco anos. O ensino fundamental, com duração de nove anos, pode começar aos seis. Logo, esse projeto político-pedagógico de natureza sexual, cujo nome mais adequado seria projeto político-diabólico, pode alcançar nossos filhos a partir dos seis anos, idade ainda da boneca para as meninas.
No campo da educação, o Brasil deveria se preocupar com a edificação de valores fundamentais, buscando um comportamento ético na maioridade. Primeiro, deveria respeitar os pais. Não mais existe a matéria educação moral e cívica. Não se canta o hino nacional nas escolas. Não se respeita professor, luz da nossa vida inteira.
Não por culpa dos professores, que são vítimas do sistema, mas a educação pública brasileira flutua por volta da 88ª posição no ranking mundial. O Brasil é o 7º mais rico do mundo. Os professores não são valorizados, como manda a Constituição Federal (artigo 206, V).
O piso salarial nacional é uma vergonha, não passando de R$ 2.135,00 a partir de janeiro de 2016, enquanto os ladrões da República roubam bilhões dos cofres públicos.
Dos 34 países recentemente pesquisados, o Brasil sagrou-se campeão em violência, física e moral, dentro da escola, contra professores. Mais de 12% apanham ou são moralmente ofendidos pelo menos uma vez por semana. A média salarial, nesses países, chega perto dos R$ 6.000,00 mensais, enquanto, no Brasil, gira em torno de dois mil. Aliás, aqui, sequer se cumpre o piso salarial. Nos Estados do Norte e Nordeste, professores do interior podem ganhar apenas em salário mínimo, e as escolas mais parecem jiraus cobertos com qualquer coisa.
Sua filha, com 8 anos, ainda brincando de boneca, poderá chegar em sua casa dizendo que já sabe transar. Toma vergonha, Brasil! Com a palavra o Promotor da Infância e da Juventude.
*Odilon de Oliveira – Juiz Federal
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