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Opinião Sexta-feira, 26 de Agosto de 2016, 09:26 - A | A

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Opinião

A (des)valorização do advogado na sociedade atual

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Por Elizângela Martins Souza Rodrigues*
Artigo de responsabilidade do autor

A advocacia é uma das mais belas e antigas profissões da história da humanidade. Desde quando o homem começou a viver em sociedade, consequentemente, teve início os direitos, obrigações e conflitos de interesses.

Foto cedida

Elizângela Martins Souza Rodrigues - Artigo

Elizângela Martins Souza Rodrigues

 

Profissão nobre, porém, marcada por polêmicas teve como seus percussores os primeiros advogados existentes conhecidos pela história, ¨Moises, no Êxodo, quando assumiu a liderança da defesa de seu povo, e ainda o próprio Jesus Cristo que ao ver Maria Madalena, adúltera, prestes a ser apedrejada, impediu que o fizessem, invocando a Lei Mosaica¨ (AQUAVIVA,2002).

 

Atualmente no Brasil, a advocacia está prevista no artigo 133 da Constituição, que dispõe que:

 

‘’O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.’’

 

Regulamentada a profissão, por meio do Estatuto da Advocacia e o Código de Ética e Disciplina, legislações as quais todo advogado deve seguir e praticar com rigor no exercício da profissão.

 

Atualmente, para exercer a profissão o estudante de direito tem que cursar 5 (cinco) anos de graduação, ser aprovado no Exame de Ordem, fazer sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, sob o encargo de anuidade, que para muitos iniciantes torna-se o maior desafio, o de iniciar uma carreira com um encargo tal alto.

 

Embora o advogado seja um profissional essencial para a sociedade, sua trajetória não é só glamour. Desse modo, gostaria de expressar minha opinião e inconformidade com a desvalorização de nossa classe na sociedade. O mais preocupante, é que isso ocorre principalmente porque muitos colegas não se valorizam.

 

O profissional na Advocacia tem custos fixos e elevados, e constante atualização profissional, enquanto o Judiciário e extremamente moroso, impõem anos e anos de espera por uma remuneração profissional.

 

Para os clientes os advogados são os culpados pela morosidade do judiciário, eis que é comum ouvir que o advogado não faz nada, só enrola etc. Muitas vezes somos abordados nas ruas, lojas, supermercados, enfim em todo lugar, por pessoas querendo fazer perguntas ¨consultas de graça¨, Dr. só uma perguntinha como costumam dizer, que na verdade é uma consulta, consultoria, assessoria, tudo grátis!

 

Eis, que me pergunto será que estamos errados em querer um reconhecimento digno da profissão? Já que um advogado passa pela difícil trajetória da graduação e da aprovação no exame de ordem, e ao ingressar efetivamente no mercado de trabalho, se depara com barreiras que muitas das vezes transformam seus sonhos em verdadeiros pesadelos. As dificuldades enfrentadas no exercício da profissão, faz com que centenas de profissionais migrem para outras profissões.

 

Não se tratam apenas das dificuldades naturais do profissional em início de carreira, mas de toda a classe, pela falta de incentivo e de estrutura. Isso demonstra claramente a crise atual da advocacia, não somente no aspecto financeiro, mas, também, no enfraquecimento da categoria, da profissão.

 

São inúmeros os problemas enfrentados pelos profissionais do Direito, dentre eles o acúmulo de serviços, a demora na tramitação dos processos, a absurda lentidão na liberação de alvarás judiciais, altas custas judiciais, enfim, fatos que desestimulam sobremaneira o exercício da profissão.

 

Enfim, as dificuldades só aumentam a importância desse profissional, que faz da profissão um verdadeiro sacerdócio como multiplicador da justiça e aplicador do direito.

 

 

*Elizângela Martins Souza Rodrigues

Advogada, Especialista em Direito Penal e Processo Penal, pelo Centro Universitário Anhanguera Unaes I.

 

Referências:
AQUAVIVA, Marcus Cláudio. Ética Jurídica, 1ª ed. São Paulo: Desafio Cultural 2002.

 

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