O julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola e acusado de matar a sul-mato-grossense Eliza Samúdio chega ao 4º dia nesta quinta-feira (25). A manhã de hoje no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, foi marcado por bate-bocas entre o ex-delegado Edson Moreira, que presidiu o inqúerito, e o advogado Ércio Quaresma.
Durante a sessão, a juíza Marixa Fabiane determinou que Quaresma se limitasse apenas a perguntar. A magistrada considerou que o advogado estava argumentando. A juíza também reclamou que Quaresma, em alguns momentos, fazia perguntas repetitivas. Ela ainda se queixou de questões argumentativas que poderiam induzir respostas.
De acordo com o G1, sobre a presença do réu no momento da execução de Eliza, Quaresma disse que há uma lista de chamada da faculdade, confirmando a presença de Bola em sala de aula. Ele questionou ao ex-delegado se ele sabia onde Marcos Aparecido estava nesta hora. "Estava executando Eliza Samudio como testemunhou o Jorge", respondeu o vereador.
Os ânimos entre o promotor de Justiça Henry Wagner e Quaresma também ficaram alterados. "Eu quero dizer ao doutor Ércio Quaresma que a zombaria não me atingiu", disse Wagner sobre o uso da palavra "animal", que, supostamente, o advogado teria usado para descrever o promotor.
Quaresma explicou que não se referiu desta forma ao promotor e que foi um “equívoco” da imprensa.
O júri popular tinha previsão de durar 3 dias. Bola é acusado de homicídio duplamente qualificado – meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima – e de ocultação do corpo da jovem.
O caso
De acordo com a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado.
Depois, a jovem foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, que nunca foi encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).
Além dos três réus que tiveram o júri desmembrado, dois acusados serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza.
Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.