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Nacional Quarta-feira, 02 de Abril de 2008, 13:11 - A | A

Quarta-feira, 02 de Abril de 2008, 13h:11 - A | A

Delegada defende cautela no caso Isabella

G1

A delegada seccional da Zona Norte de São Paulo, Elizabeth Sato, afirmou, nesta quarta-feira (2), que “acompanhará mais de perto o caso” da menina Isabella Nardone, de 5 anos, que caiu do 6º andar do prédio onde seu pai mora. Sato chegou por volta das 13h ao 9º Distrito Policial, no Carandiru, onde parentes da garota prestam depoimento.

A delegada defendeu cautela na apuração dos fatos. “É importante que, nesse momento, nós tenhamos a calma suficiente para fazer a investigação. Uma investigação de homicídio pode tornar-se complexa.”

De acordo com Elizabeth, os depoimentos colhidos até agora serão comparados porque existem pontos conflitantes. Para ela, não é o momento de apontar suspeitos. “Em uma investigação, no início, é muito precipitado apontar A, B C ou D.”

Ela citou a importância dos depoimentos, provas colhidas e dos laudos necroscópico e do local do crime para a investigação. A delegada não descartou a realização de uma reconstituição do crime. “Quem sabe no futuro nós possamos fazer uma reconstituição para dirimir as dúvidas que surgirem com os depoimentos.”

Elizabeth encontrou por volta das 13h a bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 23 anos, mãe de Isabella. A mulher está há três horas no 9º Distrito Policial do Carandiru, na Zona Norte. Acompanhada do namorado e de seus pais, ela chegou à delegacia por volta das 10h20 para prestar depoimento.

Acompanhada do namorado, ela enfrentou tumulto na entrada do local, devido ao assédio da imprensa. Os avós da criança também estão no distrito. Por volta das 10h30, o advogado do pai e da madrasta da menina também esteve no local. Ele conduziu para dentro do distrito uma mulher e escondeu seu rosto com o paletó.

Orkut

Na terça-feira (1), podiam ser lidas mensagens da mãe de Isabella no site de relacionamentos Orkut. Ela agradeceu a solidariedade dos amigos. “Quero agradecer a todas as pessoas que estão me escrevendo e, de uma maneira ou de outra, se solidarizando com o caso. Não tenho condições de respondê-las. Apenas de dizer que são muito importantes. Abraços a todos".

Chaves

O advogado do pai e da madrasta da menina informou na terça (1) que uma das chaves do apartamento estava perdida. Ele disse que não foi feito um boletim de ocorrência.

Segundo o advogado, as chaves de todos os apartamentos ficam na portaria do edifício. O delegado responsável pelo caso, Calixto Calil Filho disse no entanto, que o porteiro e negou essa informação em depoimento e afirmou que as chaves dos apartamentos só ficavam na portaria durante a construção do prédio. O delegado disse ainda que o casal não informou sobre a perda da chave no depoimento prestado no domingo (30).


Uma mensagem para Isabella também foi deixada: "Filha maravilhosa da minha vida, você será eterna. Lutarei para conquistar tudo nessa vida em 'nosso nome'. Te amarei para sempre!"

Investigações

A Polícia Civil investiga se Isabella foi agredida e arremessada antes do corpo dela ter sido encontrado no jardim do edifício no sábado (29) ou se ela se jogou do 6º andar do prédio no Carandiru. Na terça, a polícia informou que o apartamento do pai da menina deve passar por uma nova perícia.

Os peritos estão fazendo exames mais detalhados, com produtos químicos. "Vamos pedir uma nova perícia mais detalhada no apartamento porque nos dias dos fatos pode ter passado algo despercebido", afirmou o delegado, durante entrevista coletiva. Entre os produtos que auxiliam a polícia está o luminol, substância que detecta manchas de sangue mesmo em locais que foram lavados.

A polícia trabalha sobre a versão contada pelo pai da criança, um consultor jurídico, que, desde o primeiro dia, afirma ser inocente. Ele conta que deixou a menina em um quarto, dormindo, enquanto foi até a garagem ajudar a mulher a subir com os outros dois filhos. A família havia chegado de um jantar na casa da sogra dele, por volta de 23h30.

O consultor jurídico afirma que deixou o imóvel trancado depois de colocar a menina na cama. Quando subiu, viu que ela não estava no cômodo e percebeu que a tela de proteção na janela estava rasgada. Em seguida, relatou ter visto o corpo da criança no jardim. Ele sustenta a versão de que alguém entrou na casa, possivelmente para assaltar, mas a polícia diz que nada foi roubado.

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