O nervosismo internacional contaminou as negociações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda-feira (15). O índice Ibovespa, referência para o mercado nacional, teve queda de 2,85%, terminando o pregão aos 52.033 pontos. Por conta do cenário global negativo, somente duas ações (a Light e a Natura) tiveram ganhos nesta segunda-feira. Entre as quedas, destacaram-se a companhia aérea Gol, a construtora Cyrella e a empresa de telefonia celular TIM, todas com perdas de mais de 6%.
A mineradora Vale e a petrolífera Petrobras, as "blue chips" (ações mais negociadas) do mercado brasileiro, também tiverm um dia negativo, contribuindo para o resultado. As ações mais negociadas das duas empresas tiveram queda de mais de 1% nesta segunda. O volume financeiro, evidenciando a participação de estrangeiros no mercado local, foi alto, ficando perto de R$ 7,9 bilhões. Pelo resultado do dia, entretanto, o movimento foi de venda nesta segunda.
Já o Dólar comercial fechou a segunda-feira em alta. A moeda subiu 1,5% no fim do pregão, valendo R$ 1,953 para a venda. Hoje o fator principal é o movimento externo. Os dados nos Estados Unidos e na Europa vieram ruins e isso está pressionando o dólar aqui", considerou Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento.
Nobrega diz acreditar que a alta do dólar nesta sessão não deve ser enxergada como tendência. "No curto prazo, a gente vê o real apreciado, com o fluxo externo ainda positivo", disse o gerente. Ele citou os dados da balança comercial brasileira, que registrou superávit de US$ 737 milhões na segunda semana de junho, com quatro dias úteis. No mês, a balança acumula agora superávit de US$ 1,9 bilhão e, no ano, de US$ 11,3 bilhões.