O senador boliviano Roger Pinto, que chegou sábado (24) ao Brasil, passando por Corumbá, após ter ficado mais de 450 dias isolado na embaixada brasileira em La Paz, e que foi destaque ontem (25) em reportagem no programa Fantástico, sofria havia semanas com um quadro de depressão aguda, recusava-se a comer, apresentava sintomas como taquicardia e falava em se suicidar.
Pinto foi examinado na terça-feira (20) por um médico, a pedido da embaixada onde estava morando há um ano, e funcionários já consideravam "insustentável" sua situação dentro do confinamento a que estava submetido desde o dia 28 de maio de 2012, conforme o jornal Valor Econômico.
O senador era opositor do presidente Evo Morales, e afirmava haver no governo boliviano acordos com o narcotráfico. A fuga dele foi cinematográfica, fugindo de carro, sendo um escoltando o veículo do senador, e a bordo estavam fuzileiros navais. Viajaram mais de 1.600 km entre La Paz e a cidade sul-mato-grossense. Apesar de os carros serem parados cinco vezes por blitzes policiais, foi impedida a vistoria dos veículos, porque possuem inviolabilidade diplomática.
Pinto recebeu asilo político da presidente Dilma Rousseff em junho de 2012, mas o governo boliviano se recusava a conceder-lhe um salvo-conduto para que ele deixasse o país sem ser preso.