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Internacional Quarta-feira, 02 de Abril de 2008, 13:46 - A | A

Quarta-feira, 02 de Abril de 2008, 13h:46 - A | A

Missa no Vaticano lembra 3º ano da morte de João Paulo II

EFE

O papa Bento XVI destacou nesta quarta-feira (2) as "muitas qualidades humanas" e também "sobrenaturais" de João Paulo II durante missa realizada na Praça de São Pedro. A cerimônia foi realizada por ocasião do terceiro ano da morte de seu antecessor, João Paulo II.

Bento XVI disse, em discurso para 40 mil pessoas, que João Paulo II "contava com uma excepcional sensibilidade espiritual e mística", que "bastava observá-lo enquanto rezava", quando "entrava literalmente em Deus e parecia que nada mais existia neste momento".

Além disso, o pontífice lembrou que João Paulo II "nutria uma fé extraordinária" em Deus e com "ele mantinha uma conversa íntima, particular e ininterrupta".

Durante a homilia o papa relembrou os dias que seguiram à morte do seu antecessor, quando, segundo ele, "a basílica do Vaticano e a Praça de São Pedro foram verdadeiramente o coração do mundo".

"Muitos peregrinos prestaram homenagem ao corpo do venerado pontífice e seus funerais mostraram o carinho e o afeto que ele conquistou entre os fiéis e pessoas de todas as partes do mundo", declarou.

Bento XVI também destacou que João Paulo II fez das palavras "Não tenhas medo" - ditas por um anjo às mulheres que descobriram o sepulcro vazio após a ressurreição de Cristo, segundo a Bíblia - um "lema" pessoal e de seu Pontificado.

Bastão pastoral

Segundo o papa, seu antecessor repetiu estas palavras para "a Igreja e a humanidade" pronunciando-as "com inflexível firmeza, brandindo o bastão pastoral, e agarrando-se a ele depois, quando as energias físicas iam minguando".

Bento XVI também mencionou as últimas imagens de João Paulo II, agarrado à cruz enquanto seguia de sua capela particular para a Via-Sacra da Sexta-Feira Santa em Roma.

"Não podemos esquecer este último e silencioso testemunho de amor a Jesus. Esta eloqüente cena humana de sofrimento e de fé mostrava aos crentes e ao mundo inteiro o segredo de toda a vida cristã", declarou o atual líder da Igreja Católica.

Congresso

O pontífice também afirmou durante a homilia que hoje começa em Roma o primeiro Congresso mundial dedicado à "Divina Misericórdia". Segundo ele, "João Paulo II queria que a mensagem de amor misericordioso de Deus chegasse a todos os homens, o que o fazia exortar os fiéis a serem testemunhas do mesmo".

Bento XVI acrescentou que João Paulo II, "que conheceu e viveu pessoalmente as enormes tragédias do Século XX", afirmava que "apenas a Divina Misericórdia é capaz de colocar um limite para o mal" e que "apenas o amor onipotente de Deus pode derrotar a prepotência dos malvados e o poder destrutivo do egoísmo e do ódio".

"Rezamos para que continue intercedendo direto do céu por cada um de nós e, de forma especial, por mim, que a providência chamou a recolher sua inestimável herança espiritual", declarou Bento XVI já no final da mensagem.

Processo de beatificação

O pontífice não fez referência ao processo de beatificação de João Paulo II, mas ao falar de suas características "sobrenaturais" e de sua "intercessão direto do céu" atribuiu a seu antecessor as características que a Igreja Católica dá aos santos.

O processo de beatificação de João Paulo II começou em 28 de junho de 2005, e foi aberto por vontade de Bento XVI - que não aguardou os cinco anos da morte de seu antecessor, como estabelece o Código de Direito Canônico.

Atualmente o processo está na fase de compilação todos os documentos da vida do candidato a santo, que terá que ser aprovada posteriormente pela Congregação para as Causas dos Santos.

O prefeito da congregação, o cardeal português José Saraiva Martins, afirmou em várias ocasiões que tentará "não perder tempo", mas que "o processo canônico terá que seguir todas as fases estabelecidas".

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