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Esporte Quinta-feira, 23 de Junho de 2016, 19:15 - A | A

Quinta-feira, 23 de Junho de 2016, 19h:15 - A | A

Tocha Olímpica

Aposentado que carregará tocha olímpica, usa história de vida no esporte como exemplo

Há cinco anos, Gabino Lina pratica com frequência atividades físicas, participa de maratonas de forma amadora e foi um dos escolhidos para participar do revezamento da tocha na capital

Patrick Alif
Capital News

Divulgação Facebook

Gabino Lino teve que mudar seus hábitos após problema de saúde

Gabino Lino teve que mudar seus hábitos após problema de saúde

O revezamento da tocha olímpica será especial para um cidadão natural de Jardim que mora há 42 anos em Campo Grande. Trata-se do aposentado Gabino Lino, de 62 anos, que há cinco pratica corrida de rua.

A confirmação que Gabino carregaria a tocha aconteceu em fevereiro. Desde então, o aposentado alimenta a expectativa para que o momento chegue. “A tocha olímpica simboliza a paz, a união, a igualdade, a amizade. Não tem como deixar de se emocionar em um momento como esse. Será uma honra incrível praticar este ato.

Estarei lá representando Campo Grande, minha cidade natal Jardim e todo o estado de Mato Grosso do Sul”, ressalta.

O convite ao aposentado para a participação do revezamento aconteceu por meio de um dos patrocinadoras dos Jogos Olímpicos. A regra para que a pessoa fosse escolhida, era ter uma história de vida marcante. A filha do aposentado enviou então a história de superação do pai para a empresa.

Tudo começou em 2011, quando Gabino sofreu uma sincope respiratória, que é a perda de consciência de forma súbita e transitória, provocada pela brusca diminuição da irrigação sanguínea cerebral. Embora possa ser uma situação banal, muitas vezes constitui um sinal de doença grave. Devido a esta situação e por indicação médica, Gabino precisou mudar seus hábitos. “O médico pediu que eu começasse a praticar atividades físicas, caso contrário o meu estado de saúde poderia se complicar seriamente”, lembra.

A partir deste momento, incentivado pelo genro, Gabino começou a se exercitar. No início realizava caminhadas e posteriormente passou a correr. Desde então, o aposentado frequenta de forma amadora, várias corridas de rua do estado. “Adoro participar destes eventos e percorrer maratonas. Foi uma prática que passei a fazer com muita frequência depois do meu problema de saúde”, observa.

Em dois anos de atividades físicas, Gabino saiu dos 90 kg e passou a pesar 70 kg. Para isso, o aposentado necessitou de uma brusca mudança em sua rotina. “Minha alimentação passou a ser saudável, não posso comer nem muito, nem pouco, mas uma quantidade razoável, além de obviamente praticar atividades físicas com frequência”, relata.

Depois de dois anos praticando exercícios físicos, o maior incentivador de Gabino, seu genro, faleceu em decorrência de um câncer, aos 34 anos. No entanto, isso não foi motivo de desânimo para o aposentado. “Mesmo sem a presença do meu genro, continuo a exercer atividade física com frequência. Eu estarei homenageando ele durante o revezamento, o meu maior incentivador na luta contra o sedentarismo. Além dele, também dedicarei este gesto ao meu neto, filho dele”, afirma.

Divulgação Facebook

História de superação no esporte credenciou o aposentado à conduzir a tocha olímpica na capital

História de superação no esporte credenciou o aposentado à conduzir a tocha olímpica na capital

Segundo Gabino, três pilares simbólicos nortearão o revezamento da tocha executado para ele. “Além da homenagem ao meu genro e ao meu neto, o ato será para celebrar a minha recuperação e para incentivar outras pessoas a saírem do sedentarismo”, elenca.

De acordo com o aposentado, sua família estará no ponto do revezamento acompanhando os 200 metros que serão percorridos por ele com a tocha. “Minha família estará em peso, me prestigiando. Eles levarão até faixa para me homenagear na hora”, explica.  

Reinvenção na aposentadoria
Depois da recuperação e da mudança de hábitos, Gabino Lino começou a agir para que outras pessoas fizessem o mesmo. Desde abril de 2015, possui um programa sobre prática de atividades físicas em uma emissora de rádio. “No meu programa apresento histórias de vida como a minha, além de incentivar práticas como a aeróbica, a natação e a hidroginástica”, afirma.

No ponto de vista de Gabino, a chegada da aposentadoria deve significar uma constante renovação e não um momento de estagnação. “Com esta minha história, procuro conscientizar o aposentado a continuar trabalhando, se exercitando e se reinventando”, concluiu.

Relação com o esporte
Desde jovem, o aposentado é apaixonado por esporte. Embora pratique corrida de rua, as modalidades coletivas despertam muito o interesse de Gabino. “Sempre gostei de esportes, desde Fórmula 1 até basquete e sou torcedor do santos. Sempre também fui vidrado em Olimpíadas e alguns fatos me marcaram como a época de ouro do basquete brasileiro com Oscar, Hortência e Paula, além das inesquecíveis seleções de vôlei masculina e feminina”, relata. 

De acordo com Gabino, a delegação brasileira não tem força o suficiente para competir com grandes potências do esporte, mas pode sim conseguir conquistas importantes durante os Jogos Olímpicos 2016. “O Brasil ainda não tem capacidade para brigar com uma delegação como a dos EUA. Mas por meio da superação, que é característica do brasileiro, podemos trazer medalhas para o país”, afirma.

Gabino Lino carregará a tocha em um trecho da rua 14 de julho, as 14 horas. Serão 200 metros de caminhada com o símbolo olímpico

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