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Economia Sexta-feira, 05 de Novembro de 2010, 14:52 - A | A

Sexta-feira, 05 de Novembro de 2010, 14h:52 - A | A

Inflação em Campo Grande registra forte alta em outubro

Chico Júnior - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC/CG) de Campo Grande registrou em outubro forte alta de 0,91% em relação a setembro. É o que aponta a pesquisa mensal realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Universidade Anhanguera-Uniderp. “Foi importante a contribuição do subgrupo carnes, devido aos aumentos dos cortes, principalmente, de carne bovina, consequentes da forte estiagem que aconteceu na entressafra desse produto, com a falta de boi gordo para completar escalas de frigoríficos. As exportações de carne bovina continuam em alta, além do mais, os preços externos desse commodity estão muito atrativos”, avalia o coordenador do Nepes, professor Celso Correia de Souza.

Dos sete grupos que compõem o IPC/CG, apenas um apresentou deflação: Despesas Pessoais (-0,20%). “O grupo Alimentação novamente foi o que mais contribui para a alta do IPC em outubro”, destaca Correia. O índice do grupo Alimentação ficou em 2,60%; do grupo Vestuário, em 1,58%; Transportes, em 0,77%; Habitação, em 0,27%; e Saúde, em 0,24%.

Altas - Foram registrados fortes aumentos nos preços da picanha 19,24%, acém 16,05%, feijão 15,98%, queijo de minas 15,56%, músculo 8,68%. Todos os cortes de carne pesquisados registraram elevações, inclusive os de carne suína e de frango. O pernil aumentou de 6,16%, a bisteca, de 6,05% e a costeleta, de 1,18%. O frango congelado aumentou em 3,68% e os miúdos, em 1,93%.

No grupo Habitação, o reajuste foi ocasionado principalmente pelas elevações nos preços de televisores (8,29%), DVD (7,27%), álcool para limpeza (7,04%) e refrigerador (6,96%). Já no grupo Transportes, foram observados aumentos nos preços ao reajustes dos preços dos combustíveis, destacando o etanol, com 2,94%; a gasolina, com 0,95%; e o diesel, com 0,83%. No grupo Saúde, os principais reajustes foram registrados nos preços do analgésico e antitérmico, da ordem de 2,95%; do anti-inflamatório e antirreumático, de 1,95%; e do antigripal e antitussígeno, de 1,06%. Finalmente, no grupo Vestuário, os principais aumentos ocorreram nos preços dos seguintes itens: sapato masculino (14,37%), calça comprida feminina (5,28%) e camisa masculina (2,16%).

Deflação e estabilidade – No grupo Despesas Pessoais, as principais quedas foram registradas nos preços do hidratante (-3,41%), papel higiênico (-1,73%) e absorvente higiênico (-1,20%). “O grupo Educação, no mês de outubro de 2010, apresentou estabilidade em seu índice, não havendo nenhum produto com variação de preço que merecesse destaque”, fala Correia.

Inflação acumulada - A inflação acumulada em Campo Grande, de janeiro a outubro de 2010, foi de 4,72% e a inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 5,13%, índices que já estão acima do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5% para este ano, com tolerância de 2% para mais ou para menos.
“Em outubro, podemos dizer que a inflação na Capital fugiu do controle, pois desde o mês de maio a estava em patamares bem baixos. É bom ficar atento com o grupo Alimentação nos próximos meses, pois a tendência de alta neste grupo, devido aos reajustes dos cortes de carnes, principalmente, a bovina, devido à forte estiagem que assolou todas as regiões do Brasil, o governo deve avaliar que medidas podem ser tomadas para controlar o índice”, pontua o pesquisador do Nepes, José Francisco dos Reis Neto.

Em relação à inflação acumulada nesses últimos 12 meses, destacam-se os grupos Alimentação, com 8,84%; Saúde, com 7,01%; Educação, com 6,73%; índices acima da inflação acumulada no período, que foi de 5,13%. Neste ano de 2010 destacam-se, com fortes inflações acumuladas os grupos: Alimentação 9,20%, Educação 6,05% e Saúde 5,59%, com inflações acumuladas bem acima do índice geral acumulado desse mesmo ano, de 4,72%.

Dez mais e dez menos - Na composição do Índice de Preços ao Consumidor alguns produtos se destacam influenciando para mais ou para menos o índice do mês. Os dez produtos que mais contribuíram para a elevação da inflação em outubro foram: acém, alcatra, etanol, feijão, contrafilé, queijo-de-minas, costela, aluguel casa, sapato masculino e calça comprida feminina. Os dez produtos que contribuíram para frear a inflação em outubro foram: arroz, cebola, aparelho de som, mamão, hidratante, antialérgico e broncodilatador, lingerie, calça comprida masculina, sabão em pó e cheiro verde.

Metodologia - O IPC/CG é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior.
O IPC/CG é calculado mensalmente, com início da coleta de preços todo primeiro dia útil do mês. São pesquisados mais de 2,7 mil preços, semanalmente, cujo resultado final se resume em indicadores que refletem a mudança nos preços nos grupos Habitação, Alimentação, Transportes, Despesas Pessoais, Saúde, Vestuário e Educação. A base para a construção do Índice de Preços ao Consumidor é a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) que se baseia em um estudo detalhado do consumo das famílias de Campo Grande com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, com o objetivo de estabelecer a estrutura do consumo por tipos de produtos e serviços.

O período de coleta de preços corresponde às três primeiras semanas do mês, sendo pesquisados produtos alimentícios, industrializados in natura, lácteos, bens duráveis, serviços de habitação e profissionais, medicamentos, produtos eletrônicos, e outros. (Assessoria)

 

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