O dólar caiu 0,65% nesta segunda-feira (31), acompanhando o ajuste no mercado externo apesar dos três leilões de compra de moeda no mercado a termo pelo Banco Central.
A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 1,674. Na sexta-feira, o dólar subiu 0,35%, cotada a R$ 1,685 para a venda. Em janeiro, houve variação positiva de apenas 0,48%.
O mês foi marcado por um forte ingresso de dólares e pela contrapartida de uma atuação mais abrangente do governo no mercado de câmbio. O resultado foi um dólar quase estável.
Até o dia 21, houve a entrada líquida de US$ 9,2 bilhões no país, em meio a captações corporativas, ofertas de ações e investimentos estrangeiros. Por outro lado, o Banco Central retomou a oferta de swap cambial reverso e passou a fazer compras de dólares no mercado a termo -- em um acréscimo às operações já realizadas no mercado à vista.
Para fevereiro, a expectativa de profissionais de mercado é que o dólar continue preso entre essas duas influências.
"Continua prevalecendo a tendência de apreciação do real. O governo e o Banco Central conseguem apenas temporariamente inverter o curso da moeda", disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe da CM Capital Markets.
"À medida que o câmbio se aproximar do patamar de R$ 1,65, novas medidas devem ser anunciadas. Aí o dólar sobe um pouco e depois gradativamente volta a se aproximar de R$ 1,65", acrescentou, citando um novo aumento do imposto sobre a entrada de capital para renda fixa como uma das possíveis medidas a serem adotadas pelo governo para frear a valorização do real.
O que pode romper o marasmo da taxa de câmbio é a agenda internacional e um eventual surto de aversão a risco.
O mercado está atento à questão do Egito e também à alta dos juros na China, que pode afetar os preços das matérias-primas, além das negociações sobre a crise da dívida na Europa.
Ainda assim, Rostagno espera a "manutenção de um ambiente de grande liquidez nos mercados internacionais".
"As operações de carry trade devem continuar. A economia brasileira continua sendo um destino atraente", afirmou, em referência às operações de arbitragem entre o juro brasileiro e as taxas praticadas no exterior, bem menores.