Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi instituída como padroeira de Mato Grosso do Sul, apesar da polêmica entre deputados evangélicos e católicos. O projeto de lei foi aprovado em primeira votação na sessão desta quarta-feira (20).
O deputado Herculano Borges (SD), que é evangélico, pediu vistas ao projeto, mas teve sua solicitação barrada pelo plenário da Assembleia, por 12 votos a 10, permitindo a manutenção do projeto na pauta. Além de Herculano, os deputados Lídio Lopes (PEN), Maurício Picarelli (PSDB) e Rinaldo Modesto (PSDB), todos evangélicos, foram contrários ao projeto.
Paulo Siufi (PMDB), autor do projeto, solicitou ao presidente da Casa, deputado Júnior Mochi (PMDB), que colocasse o projeto em discussão, lembrando que a matéria já havia passado pelas comissões. “A gente coloca em votação e os deputados acharem que devem aprovar, aprova. Se acharem que não, não aprova, qual é problema?”, questionou o autor da proposta.
Herculano justificou que o Estado é formado por católicos, evangélicos, espíritas e pessoas que não professam nenhum tipo de fé, e que o projeto não poderia ser aprovado em detrimento da questão religiosa das pessoas que não professam a fé católica. Os deputados Zé Teixeira (DEM) e Cabo Almi (PT) argumentaram que o projeto deveria ser colocado em votação, e que o plenário deveria decidir sobre a instituição ou não da padroeira do Estado.
Lídio argumentou que havia recebido ligações de fiéis católicos devotos de outros santos queriam uma pesquisa para definir a padroeira do Estado. “Mato Grosso do Sul era o único Estado da Federação que não tinha padroeira”, disse Siufi, ao agradecer aos colegas pela aprovação da proposta. Segundo o peemedebista, pelo menos 25 mil pessoas passam todas as quartas-feiras no Santuário de Nossa do Perpétuo Socorro, na novena dedicada a agora padroeira do Estado.
A proposta aprovada também inclui no Calendário Oficial de Eventos do Estado o dia 27 de junho como a data de comemoração à padroeira, mas não o classifica como feriado. Após um acordo de liderança, o projeto foi aprovado em 2º votação na sessão extraordinária e segue para sanção do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).