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Cotidiano Terça-feira, 11 de Julho de 2017, 07:33 - A | A

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Ressocialização

Internos confeccionam uniformes escolares de alunos da Rede Municipal de Ensino

Custodiados da Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas recebem R$700 mensais pelo trabalho

Maisse Cunha
Capital News

Keila Oliveira/Agepen

Internos confeccionam uniformes escolares de alunos da Rede Municipal de Ensino

Pelo trabalho, eles recebem a remuneração mensal de R$700,00, além da redução de um dia da pena, a cada três dias trabalhados

Internos da Penitenciária de Segurança Média foram recrutados para confeccionar os uniformes escolares de alunos da Rede Municipal de Ensino de Três Lagoas, distante a 324 quilômetros da capital.


O convênio, assinado pela Prefeitura do município, pela ONG Artaban e pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), contempla cerca de 15 detentos. Pelo trabalho, eles recebem a remuneração mensal de R$700,00, além da redução de um dia da pena, a cada três dias trabalhados.


São selecionados para trabalhar na oficina de costura do presídio, os detentos que tem bom comportamento, aptidão para as tarefas, bem como os que cumprem pena a mais tempo.   A meta, é que ao final do mês, os presos entreguem cerca de 15 mil uniformes, entre bermudas e camisetas.


“Ensinamos os primeiros passos, como conhecer o avesso da peça, juntar uma manga, fazer uma barra etc. Com certeza, sairão daqui capacitados para atuarem na confecção de roupas”, afirma a instrutora. “Nossa intenção é que saiam daqui interessados em produzir alguma coisa, para que não precisem mais fazer o que fizeram”, disse a instrutora de costura da ONG Artaban, Romilda Antônio Morais.

 

Keila Oliveira/Agepen

Internos confeccionam uniformes escolares de alunos da Rede Municipal de Ensino

Pelo trabalho, eles recebem a remuneração mensal de R$700,00, além da redução de um dia da pena, a cada três dias trabalhados

O detento Luciel Lacerta Leite, 32 anos, afirma que a produção dos uniformes lhe deu outra oportunidade na vida. “Temos algo para focar, passamos a acreditar em um futuro melhor, não temos tempo de pensar em coisa errada, saio daqui da oficina e só quero descansar para encarar outro dia de trabalho”, afirma. “Hoje tenho como meta sair daqui, comprar uma máquina de costura e uma de estamparia e fazer camiseta em casa. Pelo que vi, não necessita de muito investimento, acredito que vai dar certo”.


Para o próximo ano letivo, o diretor da penitenciária, Raul Ramalho, afirma que já está sendo proposto um novo convênio com a Secretaria Municipal de Educação. O programa de ressocialização é uma iniciativa do Poder Judiciário, representado pelo juiz de Execução Penal da cidade, Rodrigo Pedrini, do Ministério Público Estadual, representado pelo promotor de Justiça Jui Bueno, e do presidente do Conselho da Comunidade, José Rodrigues.


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