A celebração dos 103 anos da emancipação política e administrativa de Três Lagoas ocorre durante toda esta sexta-feira (15). Desfile cívico e um grande show que celebra a cultura regional marcam a festa. A cerimônia de hasteamento das bandeiras nacional, estadual e municipal reuniu o prefeito Angelo Guerreiro (PSDB) e os senadores Waldemir Moka (MDB), Simone Tebet (MDB) e Pedro Chaves (PRB). A festa contou ainda com a Alvorada Musical, com apresentação de parte das corporações musicais do Festival de Bandas e Fanfarras percorrendo as principais ruas de Três Lagoas e do Distrito do Arapuá.
Divulgação/Prefeitura de Três Lagoas
História da cidade é marcada pela grande expansão econômica
O tradicional desfile cívico foi marcado para às 16h na Circular da Lagoa Maior, com a participação das escolas da cidade que se unirão às Entidades Assistenciais de Três Lagoas. O tema central é “Cidadania e Solidariedade ao Alcance das Mãos”.
A partir das 20h30, o público poderá conferir uma programação com apresentações culturais da Cidade e os shows de Geraldo Espíndola e Almir Sater. As apresentações serão no palco construído ao lado do ginásio Eduardo Milanês.
A abertura ficará por conta dos projetos da Diretoria de Cultura com a apresentação da Orquestra de Violas, Coral e Quinteto de Cordas. Em seguida terá a apresentação de Geraldo Espíndola e do tão esperado show do cantor nacional Almir Sater. O evento deve receber cerca de 10 mil pessoas, estima a prefeitura.
Conheça a história de Três Lagoas
A cidade foi fundada em 15 de junho de 1915 e é considerada o terceiro município mais populoso do Estado com uma população de aproximadamente 105 mil habitantes segundo estimativa populacional anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita em 2012.
A cidade está próxima dos municípios de Água Clara, Brasilândia, Selvíria, Aparecida do Taboado e também do interior paulista como Castilho, Ilha Solteira, Andradina e distante 339 quilômetros da Capital Campo Grande.
Popularmente conhecida como “Cidade das Águas”, Três Lagoas ganhou recentemente o título de “Capital Mundial da Celulose” devido ao crescimento do setor nos últimos anos, além da transição da agropecuária para a industrialização e o aumento de florestas de eucalipto na região.
Apesar da importante fase industrial vivida por Três Lagoas, o município cultiva ainda aspectos tradicionais e regionais de sua cultura, entre eles, estilos musicais como o forró, chamamé, música caipira e sertaneja; peças artesanais de madeira e cerâmica e pratos típicos como o churrasco, tilápia com provolone, compotas de frutas e doces à base do milho, como cural e pamonha, além do costume mais característico da cidade, o “tereré”.
O começo de tudo
A história de Três Lagoas começou em 1829 com a entrada do sertanista Joaquim Francisco Lopes, de acordo com relatos no Instituto Histórico Brasileiro. Explorações completas foram realizadas na região entre 1830 e 1836. Os primeiros posseiros de terras foram Januário José de Souza, Inácio Furtado, Januário Garcia Leal, Francisco Lopes, Gabriel Lopes, José Lopes e Antônio Gonçalves Barbosa. A Guerra do Paraguai fez com que os exploradores recuassem, após avançarem o Rio Pardo, no rumo do Vacaria e do Brilhante. O fim do combate os trouxe de volta ao Vacaria.
Em 1885, Protázio Garcia Leal, apossa-se da região do “Piaba”; Nícésio Ferreira de Melo se estabelece no Rio Verde; No Ribeirão do Campo Triste destacou-se Antônio Ferreira Bueno, que batizou o local de Serrinha, onde hoje localiza-se o Distrito de Garcias; Antônio Paulino toma posse em águas do Campo Triste.
Nesta época já havia o destacamento do Governo Imperial em Itapura, às margens do rio Tietê, entretanto a comunicação com os sertanistas do Mato Grosso era inexistente. No ano de 1888 o Capitão Joaquim Ribeiro da Silva Peixoto comandava a guarnição de Itapura, composta por 40 homens escolhidos. Um deles, João Elias, iniciou uma investida na Barra do rio Sucuriú, acima da corredeira do Jupiá. Mais tarde Elias convenceu Protázio Garcia Leal a estabelecer comércio em Itapura.
Já em 1889, o comércio de sal e mercadorias via rio Tietê o fez “descobrir” as três lagoas. Naquela época a venda dos produtos já atraía posseiros e criadores de gado à região. A posse da Fazenda das Alagoas foi então dada a Antônio Trajano dos Santos que se estabeleceu próximo a maior das três lagoas. O então fazendeiro doa uma parte de suas terras para a formação do “Patrimônio de Santo Antônio das Alagoas”, em homenagem ao santo de sua devoção.
A República contribuiu para que diversas pessoas se estabelecessem às margens dos rios que banham a região, como Sucuriú, Rio Verde, Rio Pardo e Rio Paraná. Anos depois o Governo do Estado doa 3.600 hectares de terra, anexados à Fazenda das Alagoas e o povoado recebe o nome de “Vila de Três Lagoas”. Em 1915, o território é separado política e administrativamente se Santana de Paranaíba, atual município de Paranaíba, e surge a cidade de Três Lagoas.
