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Cotidiano Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011, 16:00 - A | A

Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2011, 16h:00 - A | A

Cobertura provisória de cratera no Nova Lima não tranquiliza população que teme período chuvoso

Flávia Vasques - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A cratera aberta no bairro Nova Lima, em Campo Grande, que por pouco não “engoliu” um motel na Rua Marques de Herbal está coberta graças a obras provisórias da prefeitura, o que não deixou a população mais segura.

A prefeitura da Capital aguarda recursos federais para concretização de um vasto projeto de drenagem.

Depois da redação do Capital News receber uma denúncia de que o material estaria rachando, a equipe foi ao local verificar, mas o asfalto ainda encontra-se inteiro.

Só que as pessoas não estão confiantes e sentem medo por causa das chuvas que normalmente ocorrem nesta época do ano, e por causa do enorme buraco ao lado da pista, o qual causou a erosão.

O pintor Gean Carlos Leite Cardoso, 42, que trabalha nas obras de construção do motel, disse que o buraco aberto quase derrubou o muro antes da obra da prefeitura ser feita.

“O buraco quase derrubou a parede, rachou, tivemos que remendar. A calçada, a prefeitura ajudou. Acredito que só não vai haver problema se não chover muito, mas em janeiro chove bastante, e nem o proprietário está seguro", revelou.

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O pintor Gean Carlos não está nada confiante e teme novas erosões
Foto: Deurico/Capital News

"A água que foi tirada daqui foi jogada mais pra frente, e o receio é que com as próximas chuvas prejudique tudo de novo. Esses dias, eles vieram e colocaram mais terra, mas ninguém aqui está seguro, creio”, declarou o trabalhador da obra que inaugura provavelmente em fevereiro.

Já a moradora da rua que fica localizada atrás da construção, Glauciele Torres, 21, encarregada do Ceasa, acredita também que o buraco abrirá novamente por causa das chuvas. “Mais lá pra frente tem um buracão enorme, está horrível. Já mina água, imagine com as chuvas. A população está com medo de invadir as casas, destruir tudo, porque pode adentrar e atingir o bairro”, preocupou-se.

A aposentada Jacira Rocha da Costa, 65, confessou não confiar também na obra, que, segundo ela, foi feita muito rápido, em caráter emergencial mesmo. “Não foi feito como deveria ser, de acordo com o que realmente era preciso. Eu acho que os ônibus, por exemplo, nem deviam estar passando por cima daquele pedaço”, completou.

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A aposentada Jacira Rocha acha que tudo foi feito à pressas
Foto: Deurico/Capital News

A equipe constatou que realmente os ônibus, veículos considerados pesados, continuam trafegando normalmente pela avenida.

Nada definitivo

O presidente da Associação de Moradores do bairro Nova Lima, Gonçalves Ribeiro de Souza, o ‘Souzinha’, contou que recentemente o prefeito esteve visitando o bairro e disse que aquela obra ainda não é definitiva.

“Além disso, tem um pessoal da Defesa Civil que está ali durante o dia, vigilante, sempre em alerta. Eles montaram um ponto ao lado da cratera. Eu acredito que não vai dar mais erosão, pois foi feito um trabalho mais consistente desta vez. Mas, mesmo assim, os moradores têm mesmo que ficar em alerta, e se vier uma chuva muito intensa, comunicar a Defesa Civil e a gente, para que entremos em contato com as autoridades", ressaltou.

"Quando a gente ‘aperta’ as autoridades eles dizem que a verba não foi liberada ainda. Já os representantes em Brasília falam que já fizeram a solicitação das emendas. E a continuação das obras depende da liberação da verba”, declarou o presidente.

“As manilhas que colocaram lá embaixo não são suficientes ainda, é preciso fazer uma canalização fluvial, mas, perto do que estava, acho que não vai ocorrer mais desmoronamentos. Fizeram canalizações, abriram mais bocas de lobo para conter a água fluvial", contou.

"O negócio agora é aguardar. Como comunidade organizada, fizemos um abaixo assinado e entregamos aos senadores, deputados e prefeitura, pedindo a drenagem em todas as ruas e asfalto para resolver de uma vez por todas o problema da erosão. Quando chove, tem rua que fica intransitável, não dá para passar nem de bicicleta”.

Entretanto, confiante, ele disse que o asfalto que foi colocado no local, mesmo que provisório, é mais consistente. “A não ser que chova muito mesmo. Só que dessa vez jogaram um cascalho, uma terra mais firme", descreveu.

"Existe, hoje, uma distância de 60 metros do motel até a erosão. Antes a água passava por cima e ia desmoronando tudo, agora, com mais bocas de lobo, a água vai caindo por baixo. É um trabalho de maior durabilidade. Só se vier muita chuva mesmo pra prejudicar, mas acredito que não teremos mais problemas”, finalizou o presidente.

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Veículos pesados trafegam normalmente pelo local que tem obra provisória
Foto: Deurico/Capital News

Verba

A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que a administração municipal está no aguardo da verba de R$ 5 milhões. De acordo com a assessoria, existe um projeto no governo federal, mais especificamente na Secretaria da Defesa Civil, e a expectativa é que saia ainda este ano, até o último dia útil deste mês.

A assessoria frisou que a prefeitura já fez algumas obras, mas a população só consegue ver o buraco.

Com a liberação da verba, será feito um grande projeto de drenagem, conforme a assessoria. Serão instaladas câmaras de desaceleração das águas, além da drenagem.

O que foi feito até o momento, conforme o setor, é na tentativa de impedir que se aumente a erosão, mas será feito posteriormente algo para evitá-la.

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O buraco que causou a erosão recebeu cascalho e terra para evitar piores danos
Fotos: Deurico/Capital News

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