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Cotidiano Sexta-feira, 19 de Janeiro de 2018, 08:34 - A | A

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REESTRUTURAÇÃO

Bancários protestam contra demissão prevista de mais de 1,2 mil operadores de caixas

Manifestação busca alertar a população sobre o corte que, caso seja efetivado, deve afetar o atendimento

Laura Holsback
Capital News

Nesta sexta-feira (19), quando se comemora o do Dia Nacional de Luta, funcionários do Banco do Brasil de todo o país protestam contra reestruturações que estão previstas. A principal delas, a demissão de mais de 1,2 mil operadores de caixas. Em Campo Grande, a manifestação acontece a partir das 9h30min, na agência onde está a superintendência regional do banco, na esquina da Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de maio.

 

Divulgação/Sindicato

REESTRUTURAÇÃO

Manifestação acontece no banco que fica na Afonso Pena

De acordo com o Sindicato dos Bancários, no local, está prevista uma apresentação cultural. A ideia é chamar a atenção da população sobre uma série de mudanças previstas pelo banco, como o corte de mais de 1,2 mil caixas. Demissão em massa que, se for feita, pode prejudicar o atendimento nas agências.

 

O secretário de assuntos jurídicos do sindicato, Orlando de Almeida Filho, que é funcionário do Banco do Brasil, explica que a população e os bancários já vêm sofrendo desde o ano passado com as reestruturações e o plano de aposentadoria incentivada. Houve redução de mais de 10 mil trabalhadores e essas vagas não foram repostas.

 

“Nesse mesmo período, nós tivemos um número muito grande de denúncias no Banco Central por conta do mau atendimento. O número de filas aumentou. Processos de abertura de conta, geração de crédito e analise de crédito estão mais demorados porque tem menos trabalhadores para desempenhar essas funções. Enquanto isso, os lucros do banco foram mantidos”, relata.

 

Ainda conforme o sindicato, nos nove primeiros meses de 2017, o lucro líquido do Banco do Brasil chegou a R$ 7,872 bilhões, saldo 45,1% maior do que o alcançado no mesmo período de 2016.

 

Reestruturação

Em 2017, o Banco do Brasil fechou mais de 500 agências e transformou outras 400 em postos de atendimento. Recentemente, no dia 5 de janeiro, o banco anunciou novas ações que vão resultar em corte de cargos, desvio de função e redução de salários. As medidas estariam sendo implantadas sem transparência e sem diálogo com as entidades que representam os bancários.

 

“O protesto é uma resposta da categoria bancária para a continuidade da reestruturação. É uma resposta do movimento bancário para deixar claro que nós não vamos permitir que os bancários sejam novamente penalizados com perda salarial e corte de postos de trabalho”, ressalta Orlando.

 

O secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato reclama, ainda, que as mudanças são parte do processo de desmonte das empresas públicas, em especial dos bancos públicos, promovido pelo Governo Federal, com a intenção de justificar a privatização de instituições que exercem um papel fundamental no desenvolvimento do país e na realização de políticas públicas.

 

“Defender os bancos públicos é defender os interesses do Brasil. Bancos como Caixa e Banco do Brasil estão em várias cidades do interior do país em que os outros bancos não estão. São instituições públicas que garantem o desenvolvimento social, cultural, econômico e tecnológico do nosso país”, finaliza.

 

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