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Polícia Sexta-feira, 29 de Junho de 2012, 19:16 - A | A

Sexta-feira, 29 de Junho de 2012, 19h:16 - A | A

Filho e esposa alegam legitima defesa por ter matado marido no Jardim Imperial

Lúcio Borges - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Alegando legitima defesa, Dilma Gonçalves da Silva e Robson Gonçalves da Silva e Souza, mãe e filho, confessaram serem autores do assassinato de Alenilton Marcos Miranda da Costa, 30 anos, na noite da última terça-feira (26) no bairro Jardim Imperial em Campo Grande. Eles se apresentaram nesta sexta-feira na 2ª delegacia de policia da Capital, onde prestaram depoimento e entregaram a arma do crime, uma pistola 380. A defesa pessoal foi um meio necessário para se livrarem da vitima, que estava drogada e alcoolizada, segundo uma das justificativas dos autores, em depoimento ao delegado Welber Luciano de Medeiros, ocorrido por cerca de duas horas no fim da tarde de hoje.

Os acusados confessos, se apresentaram em conjunto, acompanhados pelo advogado Amilton Ferreira Almeida, onde relataram ao delegado que não foi premeditado e nem por vontade, mesmo por Costa já ter ameaçado anteriormente a Dilma, que era sua esposa, por diversas vezes. O filho de Dilma, era agregado de Costa e saiu em defesa da mãe, ao ver o padastro empunhando a arma e já em luta com a mulher. “Eles me procuraram alegando legitima defesa como meio necessário, pois o senhor Costa estava com arma em punho apontando para Dilma. Assim Robson veio, mesmo de muleta, ao encontro dos dois e consegui retirar a mãe e atacar Costa. No calor e emoção da luta corporal saiu o primeiro tiro, que ainda não se sabe quem disparou”, apontou o advogado.

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Advogado dos acusados que foi procurado e defende tese de legitima defesa
Foto: Lúcio Borges/Capital News

Conforme o delegado Welber, no depoimento, os acusados confirmaram toda a ocorrência e como “se entregaram” não determinaria que os mesmo ficassem presos. “Ela confirmou que na hora disse que ela teria matado. Mas voltou atrás, porque o filho confessou. E assim os dois relataram como aconteceu o fato. Ela estava brigando com a vitima morta do lado de fora da casa, onde um estava tentando tomar a arma do outro. A arma estava com o Alenilton, mas Robson ao chegar conseguiu dar golpe e virou a arma para vitima e saiu o disparo. Como ele tem problema na perna, foi caindo para trás e disparando mais tiros. Eles alegaram legitima defesa, e como colaboraram no depoimento, entregaram a arma e assumiram a autoria, não será necessário o pedido de prisão. Os autos e casos serão encaminhados a Justiça, que decidira a situação de mãe e filho”, explicou.

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Delegado Welber Medeiros que tomou depoimento dos acusados e não viu necessidade de prisão dos mesmos antes de exames
Foto: Lúcio Borges/Capital News

Dilma ao sair do depoimento falou a imprensa e se disse arrependida de não ter abandonado Alenilton antes de ocorrer à tragédia. “Ele se drogava e bebia todo dia. Eu apanhava também quase todo dia, mais tinha medo de ir à delegacia. Eu estava tentando sair dessa situação, ele também até dizia que iria mudar. Mas agora, a culpa, envolvi meu filho, a pessoa que mais amo, nessa situação. Ele foi me ajudar, me defender e para nós defender e na briga acertou Alenilton. Eu até ainda gostava dele, mas também já tinha tentado me matar, enforcar, já tinha me levado obrigada a boca de fumo, que ele não largava”, apontou a senhora que chorou com o filho ao lado, que não mostrava reação.

Ela ainda completou que as brigas eram em virtude de não aceitar a situação com drogas dentro de sua casa e que todos já haviam a alertada para largar ele. “Eu sou direita, trabalho a 17 anos no salão de beleza. Ele até tinha bom relacionamento com todos nós quando estava lúcido. Mas as brigas eram muitas pois eu não aceitava ele usar droga dentro de minha casa e ele brigava por isso. Muita gente já tinha me pedido para largar ele. Agroa é uma coisa difícil, meu filho ter se envolvido, feito isso. Mas podia ter matado a mim e até a todos nós”, afirmou Dilma.

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Delegado Welber Medeiros que tomou depoimento dos acusados e não viu necessidade de prisão dos mesmos antes de exames
Foto: Lúcio Borges/Capital News

Versão de mãe e filho será confrontada

O delegado afirmou que mesmo com a colaboração dos acusados, alegação de legitima defesa e entrega da arma, a versão dos casal será investigada e confrontada com dados do local e exames. “Agiram em legitima defesa, mesmo com o cara drogado, mas isso será confirmado com o laudo necroscopio, balística e do local do crime. Isto para ver se a versão está correta e se não tiver batendo com a comprovação da direção do projétil, ferimentos da vitima e outros dados, eles terão ou não a situação agravada”, explicou Welber.

O delegado solicitou e fez por meio da pericia da Policia Civil um exame residografico das mãos dos acusados. Eles coletaram material da pele e o resultado deve sair em 10 dias.

Crime

Alenilton e Dilma moravam juntos há 8 meses. Eles alugavam uma residência na rua Nacional do bairro Jardim Imperial. Ele chegou em casa com o veículo Fiat Uno, bateu palmas, abriu o portão e depois entrou na casa e estacionou o carro na garagem quando fechou o portão.

Segundo vizinhos que não quiseram se identificar, após alguns minutos o casal começou a discutir. Possivelmente Dilma e Robson tirou o corpo dele do carro e deixou estirado no chão da garagem da casa e depois fugiram com o veículo da vítima. O portão da garagem ficou aberto. A equipe de reportagem do Capital News chegou junto com os investigadores da Polícia Civil na residência do casal. A casa estava abandonada e os móveis estavam revirados. Dois cachorros estavam sozinhos e ficaram acuados com a presença da polícia. Na cozinha tinha comida pronta e parecia que a família tinha jantado antes de começar a discussão.

O chuveiro também estava escorrendo água e parecia que alguém havia tomado banho para tirar as marcas de sangue no corpo. 

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Arma do crime que matou Adenilson
Foto: Lúcio Borges/Capital News

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