No próximo domingo, Bruno Senna irá pilotar o R31 da equipe Lotus Renault, substituindo Robert Kubica, hospitalizado desde domingo devido um acidente em uma prova de rali.
Apesar da oportunidade, que também está sendo concedida a Nick Heidfeld, considerado favorito para o lugar do polonês até mesmo pelo chefe do time, Eric Boullier, o brasileiro explica que não está competindo pelo lugar, e sim, fazendo o seu trabalho como terceiro piloto do time.
"Acho improvável [ficar com o lugar], não é uma questão de competição pela vaga. É uma responsabilidade enorme preencher o papel do Robert como primeiro piloto. Então, acho que quem está mais capacitado para tomar a decisão é a equipe e para mim o que importa é sentar no carro, andar e ganhar quilometragem."
"Eu estou aqui como piloto de testes da equipe. Claro que, surgiu a oportunidade de sentar no carro e pilotar por uma fatalidade com o Robert, que todos ficamos tristes. Mas para mim é uma oportunidade de andar no carro, aprender e me integrar mais com o time. Não podemos esquecer que estou na equipe apenas há duas semanas e meia. Então, é tudo muito novo e eu quero ver se consigo fazer um bom trabalho para eles."
Senna ainda disse que não chegou a debater com os dirigentes da Lotus Renault a possibilidade dele ser promovido a titular para o começo da temporada.
"Isso nem está sendo discutido, eu tenho que fazer aqui o trabalho que tenho que fazer pela equipe e o que vai ser, vai ser. Como eu disse, eu acabei de entrar no time. Eles não me conhecem direito ainda. O Eric [Boullier] me viu na GP2, sabe que sou capaz de competir muito bem pelo campeonato, mas aqui é uma equipe de F-1 e não de GP2."
O brasileiro também considera normal que a Lotus Renault busque um piloto mais experiente, especialmente por ainda estar na fase de pré-temporada.
"Eu sou o terceiro piloto da equipe, então imediatamente quando tem alguma emergência com os pilotos, eu sou chamado. Foi no final de semana, então eles tiveram mais tempo para decidir o que fazer. Se é em cima da hora, com certeza eu teria que sentar no carro e fazer o trabalho."
"Se no meio do ano acontecesse um problema com um dos pilotos, e eu tivesse que substituir um deles, seria mais fácil para eles assumirem este risco, mas na fase de desenvolvimento do carro é bem mais complicado, com certeza."
Bruno também lembrou a coincidência de ter a oportunidade de correr com carro que leva o nome Lotus, e com as cores preta e dourada, assim como foi com seu tio Ayrton, nos anos de 1985 e 86, quando ele conquistou suas primeiras vitórias.
"Não dá para acreditar para onde a vida nos leva. Até algumas semanas atrás eu estava procurando um lugar para poder correr, trabalhar. E eu vim cair bem aqui e vou ter uma oportunidade e para andar no carro tão cedo, que nem esperava. Vai ser duro, mas vai ser muito bom. Na hora que eu sentar no carro é só o trabalho de equipe. Depois que eu ver as fotos eu vou ficar mais nostálgico."
Sobre o desempenho do R31, Senna afirmou que a equipe está tendo problemas para se acertar com os novos compostos da Pirelli, mas que as novas características dos pneus devem deixar as corridas mais emocionantes para os fãs.
"Toda fase de desenvolvimento tem problemas. Eles estão trabalhando para resolver. Tem o trabalho de acerto do carro, que não é fácil de fazer quando se tem pneus novos. Os pneus da Pirelli são difíceis de acertar para o balanço do carro deles. Então, é uma novidade para todo mundo. Acho que as corridas deste ano podem ser bem interessantes para o público, pois vai ter muita variável nova. Inclusive para os pilotos, que terão a nova asa e o Kers, que não são simples de operar", finalizou.
