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Educação Sábado, 12 de Novembro de 2011, 10:23 - A | A

Sábado, 12 de Novembro de 2011, 10h:23 - A | A

Evasão de acadêmicos índios na Uems é de 40% e audiência busca soluções para diminuir índice

Marcelo Eduardo - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Atualmente, 292 índios estão matriculados em diversos cursos de ensino superior na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), que possui, desde 2003, programa de cotas para os membros das diversas etnias que compõe o Estado. Segundo dados repassados pela instituição em audiência pública sobre Educação Indígena em MS realizada na tarde dessa sexta-feira (11), cerca de 40% deste montante acaba abandonando as aulas.

Foram 200 universitários índios participando da audiência, realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Eles cobram políticas públicas que garantam sua permanência na universidade. Ausência de apoio institucional voltado a este público especifico é uma das maiores reclamações.

Em entrevista concedida via assessoria de imprensa presente no evento, a mãe da enfermeira Rose Mariano, da etnia Terena, falou sobre as dificuldades que passa para manter a filha na faculdade. “Ela passava o dia todo com uma bala. Tudo isso para conseguir concluir o ensino superior”, disse. “Muitas vezes eu comia, sem saber se ela estava comendo.”

Leosmar Antônio, acadêmico de Ciências Biológicas – também via assessoria – falou das dificuldades enfrentadas diariamente. “Nós que ousamos permanecer nas universidades recorremos a todo tipo de subterfúgio para contornar as situações. Alugamos pequenos quartos em fundos de bares, locais inadequados. Dormimos no chão, tendo dificuldade com vestuário e, principalmente, alimentação.”

Cerca de 700 indígenas estudam nas universidades públicas e particulares do Estado. O percentual total de evasão em todas elas ainda não existe, mas, segundo o deputado Pedro Kemp (PT) – que propôs a audiência –, será uma próxima meta. Conforme repassado por sua assessoria, o parlamentar irá elaborar relatório e o texto encaminhado com as ideias ao Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação Nacional do Índio (Funai).
 

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