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Opinião Quinta-feira, 23 de Maio de 2019, 19:35 - A | A

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Opinião

Pode correr com dores nas costas?

Por Ana Paula Simões*

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Dor nas costas pode ser caracterizada por qualquer dor que tem origem nos músculos, nervos, ossos, articulações ou outras estruturas na coluna vertebral. Pode ter um início súbito (agudo) ou ser crônica, que pode ainda ser constante ou intermitente, permanecer num lugar ou irradiar para outras áreas.

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Ana Paula Simões


As características são variáveis podendo ser uma dor surda ou uma sensação aguda de perfuração ou queimação, ou ainda ser latente ou só ocorrendo aos movimentos.  A dor pode irradiar para os braços e mãos, bem como as pernas ou pés, e pode incluir outros sintomas como fraqueza, formigamento ou dormência.

Dor nas costas é uma das queixas mais frequentes da humanidade. Nos EUA, a dor lombar (lombalgia) é a quinta razão mais comum para consultas médicas. Cerca de nove em cada dez adultos experimentam dor nas costas em algum momento de sua vida, e cinco em cada dez adultos que trabalham têm dor nas costas a cada ano, segundo a Academia Norte-Americana de Médicos, AAFP.

CLASSIFICAÇÃO
A coluna pode ser dividida anatomicamente: cervical, torácica , lombar e sacro/cóccix  caracterizando o termo "algia" quando há dor na região ( ex: cervicalgia)

Segundo sua duração, pode ser classificada em aguda (menos do que quatro semanas), subaguda (quatro a 12 semanas) ou crônica (acima de 12 semanas).

A dor nas costas pode ser inespecífica, ou seja, de causa não conhecida com precisão, podendo ocorrer por radiculopatia ou estenose da coluna vertebral. Ou pode estar associada a outra causa específica (como infecção ou câncer) mas que dá aparência de estar nos tecidos moles, como músculos, fáscias e ligamentos.

Aproximadamente 98% dos pacientes com dor nas costas são diagnosticados como "dor inespecífica aguda" que não tem nenhuma patologia grave subjacente.

QUANDO PARAR?
A dor nas costas geralmente não requer intervenção médica imediata. A grande maioria dos episódios de dor nas costas são autolimitadas e não progressiva. São caracterizadas pela inflamação, especialmente na fase aguda, que dura tipicamente de duas semanas a três meses.  Nesses casos, caminhadas leves, fortalecimento e corridas leves podem ser feitas

Já dor nas costas grave (se for forte o suficiente para interromper o sono, por exemplo), pode ser sinal inicial de um problema médico sério. Outros sinais importantes são incontinência intestinal ou da bexiga, e fraqueza progressiva nas pernas, que ocorrem com outros sinais de doença grave (por exemplo, febre inexplicável e perda de peso). Nesses casos, é preciso interromper qualquer tipo de esporte e procurar um ortopedista.

Se a dor aparecer após um trauma, como um acidente de carro ou queda, pode indicar uma fratura óssea ou outras lesões. A dor nas costas também deve ser avaliada quando ocorre em indivíduos com condições médicas que os colocam em alto risco de fratura vertebral, como osteoporose ou mieloma múltiplo.

TRATAMENTO
Alguns estudos sugerem que fatores psicossociais, como estresse e disfunção nas relações familiares, podem estar correlacionados mais estreitamente com dor nas costas do que as alterações estruturais reveladas em raios-x e outros exames de imagem médica. Nesses casos, o esporte é mais do que indicado. Ele faz parte do tratamento!

O tratamento para a dor lombar em atletas é normalmente conservador, ou seja, usa métodos não-cirúrgicos. Estes podem incluir: anti-inflamatórios, fisioterapia e exercícios de fortalecimento.

O exercício é muito importante para fortalecer a musculatura abdominal, paravertebral e pélvica. Quando os músculos nestas áreas são mais fortes, eles podem tirar a pressão da coluna e ajudam a prevenir as dores nas costas. Um fisioterapeuta pode ajudar o paciente a desenvolver uma rotina benéfica do condicionamento e de reabilitação que inclui aquecimentos adequados antes dos treinos. Vamos lá!

 

 

*Ana Paula Simões

Professora Instrutora da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Mestre em Medicina, Ortopedia e Traumatologia e Especialista em Medicina e Cirurgia do Pé e Tornozelo pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.

 

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