Familiares e amigos aproveitaram à tarde desta quinta-feira (13) para prestar as últimas homenagens ao poeta Manoel de Barros que faleceu aos 97 anos no hospital Proncor em Campo Grande, às 8h da manhã, devido a complicações de uma operação no intestino. O corpo começou a ser velado as 14h no cemitério Parque das Primaveras, na Capital.
Lenilde Ramos, amiga do poeta e compositora lembrou dos tempos em que eram amigos e de como o poeta encarava o jeito diferente de ver a vida. “Ele sempre foi uma pessoa do bem, sempre foi humano e via o melhor nas coisas e nas pessoas. Tive algumas oportunidades de musicar algumas poesias dele, pois me deu essa honra e não sinto que ele morreu, e sim que sua alma agora é que vai ficar conosco, o trabalho dele é sua maior herança”, destaca a compositora.
Amigos e familiares se despedem do poeta com emoção e lembranças felizes
Foto: Deurico/Capital News
Outro amigo, Joir Figueiredo, artista plástico, lembra de Manoel de Barros como um grande amigo e incentivador da cultura. “Ele sempre me ajudou na minha carreira, cheguei a dar um presente a ele, o “caramujo-flor”, mas ele preferiu que ficasse comigo para vender e ajudar na minha obra. É assim que ele gostaria de ser lembrado, um homem de bem que sempre ajudou o próximo”, comenta o amigo.
O artista Plástico Joir Figueiredo lembra o incentivo de Manoel de Barros a cultura
Foto: Deurico/Capital News
A filha dele, Marta Barros, muito emocionada comentou sobre o legado que o pai deixou para o Brasil. “A convivência com ele sempre foi muito boa, todos falam isso dele, a família está muito triste, mas sabe que agora ele foi descansar. Ele era muito carinhoso, risonho, com certeza foi um presente que a vida me deu, foi uma perda muito grande está sendo muito difícil, só digo uma coisa “no lugar onde estou já fui embora”, comenta a filha com a voz embargada aos presentes.
Marta Barros, filha de Manoel de Barros destaca o legado que seu pai deixou para o país
Foto: Deurico/Capital News
Maysa Barros, a ex-esposa de João, filho de Manoel que faleceu no ano de 2007 e coordenadora do Marco (Museu de Arte Contemporânea) de Campo Grande o poeta deixará muitas saudades. “Ele sempre vai deixar a alegria de viver que ele tinha. Estou muito triste hoje, mas sei que ele continuará com seu talento e amor olhando por nós”, desabafa a ex-nora.
Ex-nora, Maysa Barros, coordenadora do Marco (Museu de Arte Contemporânea) de Campo Grande no velório
Foto: Deurico/Capital News
O neto, Filipe Barros não conteve a emoção diante de tantas homenagens. “Nunca vamos esquecer o homem maravilhoso que ele foi. Um pai, um avô, um amigo (momento de emoção e lágrimas) que eu vou carregar pra sempre na minha vida. A família está unida neste momento e temos que ser fortes, mas principalmente lembrar do legado de cultura, poesia e amor que ele nos deixou.
Filipe Barros, neto de Manoel chora ao lembrar do avô e o lembra como um pai e também amigo
Foto: Deurico/Capital News
Roberto Higa, fotógrafo durante muitos anos em Mato Grosso do Sul, destaca a simplicidade do poeta. "Eu fui uma das poucas pessoas que registraram um momento irreverente do poeta já que ele não gostava de dar entrevistas. Tirei uma foto dele sem camisa fazendo a pose do "Hulk", foi um momento histórico e ele adorou", comenta o fotógrafo.
Roberto Higa, fotógrafo importante do cenário Sul-mato-grossense lembra momentos de Manoel de Barros
Foto: Deurico/Capital News
Familiares e amigos continuam velando o corpo de Manoel de Barros no cemitério Parque das Primaveras e o enterro está previsto para as 17h.
