O plenário da Câmara Municipal de Campo Grande foi palco na manhã desta quarta-feira uma audiência pública sobre regularização fundiária. Invariavelmente, o assunto referente ao despejo dos moradores do Cidade de Deus ganha espaço no debate.
A diretora-presidente da Empresa Municipal de Habitação, Marta Martinez, ressaltou o emprenho da Prefeitura em buscar soluções para o despejo dos moradores. “Olarte está acompanhando o tema e ele mesmo afirmou que irá buscar soluções”. No entanto, Marta indica que não há uma medida imediata para o caso de despejo em dez dias, conforme ofício entregue ontem aos moradores. “Nós entendemos a situação deles, queremos encontrar uma solução, mas ainda estamos discutindo o que pode ser feito”, disse Marta.
Por outro lado, a diretora da EMHA ressalta a importância de se realizar um levantamento do perfil dos moradores. Segundo ela, há a possibilidade de moradores de outros municípios terem vindo em busca de moradias na Capital, e atender às reivindicações sem antes fazer um estudo poderia fazer com que o número de invasores dispare na Capital.
Já o vereador Carlão disse que não acredita em oportunismo dos invasores, embora ressalte que os critérios de distribuição de casas não pode ser distorcido pelos fatos. “Hoje, as pessoas que vem morar na casa de parente tem que aguardar sua vez, quem mora de aluguel aguarda sua vez, mas quem invade consegue sua casa. Nos últimos anos, que invadiu ganhou preferência e isso é inversão de prioridade, incentiva a invasão e quem perde é aquele que aguarda sem invadir”.
CDD – Após reunião na noite de ontem entre moradores da Cidade de Deus, uma das integrantes da comissão que representa a comunidade, Mariana Gonçalves, informou que o prefeito Gilmar Olarte teria conversado com alguns moradores e que prometeu até sexta-feira dar uma solução para o caso.
A Cidade de Deus é uma área ao lado do Lixão que foi invadida por cerca de 800 famílias, segundo Mariana Gonçalves. A área é toda constituída de barracos precários e “gatos de luz”. Após um pedido para despejo dos moradores feito em 2013 pelo então prefeito da Capital. Nesta terça-feira chegou enfim a ordem de despejo, dando 10 dias, contado a partir desta quarta, para a saída dos moradores da área, que é pública. Além do despejo, a Energisa já informou que irá cortar a energia do local.
Sem saber o que fariam em caso de despejo, os moradores organizaram um protesto em frente à prefeitura e cobraram soluções do prefeito. Apesar de desconfianças, os moradores garantem: “Não tem político nos ajudando. Até o ônibus nós tivemos que pagar do nosso bolso para ir à prefeitura”.
