Blitz: MPT fiscaliza e orienta uso de equipamentos de segurança no lixão

Taciane Peres - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O Ministério Público do Trabalho realizou na tarde desta sexta-feira (11), uma vistoria no lixão, no bairro Antônio Barbosa em Campo Grande. O procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes, esteve presente junto com representantes da Solurb, empresa de coleta de lixo da capital para conferir a situação dos catadores de lixo e o uso dos EPIs, equipamentos de proteção individual. Na ocasião, os catadores conversaram com o procurador, relatando a realidade do dia-dia, as situações de risco e como eles tem feito para seguir as exigências da justiça com o trabalho manual diário.

Para o procurador, o momento foi importante para verificar se as exigências básicas de segurança são cumpridas na rotina de trabalho. “Nosso setor de perícia está aqui e percebemos que houve avanço, principalmente quando chega os caminhões, a distância de segurança, como esses trabalhadores estão atuando num sentido de que a segurança esteja em primeiro lugar antes de qualquer coisa, pelo que vimos à situação está melhor que há alguns meses atrás”, destaca o procurador.

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Procurador conversa com catadores e orienta uso dos EPIs
Foto: Deurico/Capital News

Uso do mangote
"Com alguns relatos dos catadores, foi evidenciado que esse mangote estava atrapalhando o trabalho do dia-dia, então a perícia verificou que poderia ser liberado o mangote com a condição de algumas medidas adicionais de segurança durante as atividades, contanto que tenham tomado outras medidas adicionais como luvas, botas e calças adequadas". Caso não seja feita e cumprida às exigências do ministério público do trabalho, o local pode ser interditado pela justiça.

Para o líder dos catadores de lixo, Rodrigo Leão Marques de 34 anos, o uso dos equipamentos de segurança modificou a forma de pensar dos colegas de trabalho. “A situação tem melhorado aqui. Hoje temos acesso aos EPIs, o lixo está sendo coletado de maneira correta e o lixo está separado. Estamos trabalhando bem, apesar de ser um local de lixo, temos a nossa dignidade e trabalhamos com as condições adequadas. Tem alguns catadores que não estão seguindo as regras mas nós estamos orientando e quem está sem aparelho nós cobramos, até por que eles precisam trabalhar e aqui temos essa preocupação com cada um dos nossos companheiros, principalmente pra nossa integridade e segurança”.

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líder dos catadores de lixo, Rodrigo Leão Marques a situação tem melhorado na região
Foto: Deurico/Capital News

A catadora de lixo, dona Maria Aparecida Soares, 51 anos, criou seus filhos no lixão e destaca a importância do uso dos EPIs. “Eu criei meus filhos aqui no lixão a mais de 10 anos. Eu trabalhava aqui sem nenhuma segurança, a noite por que o sol era muito forte. Hoje tenho proteção e cumpro as regras pois sei que a minha vida e o futuro dos meus filhos estão em jogo”, relata a catadora.

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A catadora de lixo, Maria Aparecida Soares comenta sobre a vida no lixão e o sustento da família através da coleta
Foto: Deurico/Capital News

Lixo hospitalar
Durante a fiscalização, nossa equipe identificou um espaço onde foi jogado lixo hospitalar, situação muito perigosa para os catadores de lixo que trabalham no local. De acordo com o encarregado operacional da Solurb Gustavo Pitaluga, a orientação deve começar desde os usuários dos materiais até o descarte do lixo. “Nós sempre procuramos orientar as pessoas a fazerem seus descartes adequadamente. Quando chega aqui, nós orientamos também aos catadores para não manusear produtos e materiais que possam trazer risco a saúde pela falta de informações a respeito de sua procedência. Deve-se ter cuidado e principalmente não deixar que esses casos prejudiquem o trabalho dos catadores do lixão”, comenta.

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