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Cotidiano Sábado, 15 de Março de 2014, 10:15 - A | A

Sábado, 15 de Março de 2014, 10h:15 - A | A

Policiais federais vão à AL e debatem reestruturação de carreira com parlamentares

Juliana Rezende - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, policiais federais debateram junto aos parlamentares a reestruturação salarial da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas. O encontro ocorreu na tarde dessa sexta-feira (14).

“Fomos procurados e sou solidário às reivindicações dos policiais federais por melhores salários e à necessidade premente de se instituir uma estrutura de carreira”, afirmou o parlamentar Amarildo Cruz (PT).

Conforme informações da Assembleia Legislativa, durante audiência o diretor adjunto da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Flávio Werneck Meneguelli, apresentou um panorama das dificuldades enfrentadas por agentes e papiloscopistas em todo o Brasil e cobrou medidas urgentes.

“Costumo dizer que temos, tanto na Polícia Federal, como na Polícia Civil e Polícia Militar, um sistema ‘casa grande e senzala’, no qual os policiais trabalham à exaustão para o enriquecimento de uma estrutura muito ineficaz, que não tem comparação em nenhum lugar do mundo”, disse.

Citando pesquisa realizada em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), Meneguelli afirmou que 80% dos policiais federais têm problemas com alcoolismo e 30% são depressivos. A categoria reivindica a aprovação, no Congresso Nacional, de projeto de lei e propostas de emenda à Constituição Federal que visam instituir diretrizes de atuação profissional e evolução na carreira, com reestruturação de cargos; além de recomposição salarial. “Já são oito anos sem aumento salarial, o que contraria a Constituição”, alertou Meneguelli.

Precariedade – Os 600 policiais federais que atuam em Mato Grosso do Sul também vivem situação crítica, na avaliação do presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul (Sinpef/MS), Jorge Luiz Ribeiro Caldas da Silva.

“A nossa realidade é precária, com sucateamento da infraestrutura, falta de materiais e desvalorização profissional, além de jornada de trabalho excessiva”, disse.

De acordo com Jorge as ocorrências crescentes de doenças psíquicas e os índices de suicídio refletem as “péssimas” condições de trabalho a que são submetidos os policiais no exercício profissional. Somente nos últimos dois anos 12 policiais federais tiraram a própria vida no país.

 

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