A secretária Regina Miki, titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que veio à Capital para participar da solenidade de entrega de viaturas, armas e equipamentos a 22, na manhã desta quinta-feira (6), se esquivou ao ser questionada sobre o impasse entre produtores rurais e indígenas no Estado.
“Não vim para tratar disso, não dirijo a Fundação Nacional do Índio (Funai), mas posso garantir que o enredo caminha para um bom resultado. Mas essa é uma questão do Ministério da Justiça e não da Senasp”, enfatizou.
Pouco antes da solenidade, o governador do Estado André Puccinelli (PMDB), disse durante assinatura de convênios no Hospital Regional, que o valor de indenização dos produtores ainda não foi definido, no entanto.
“O Governo Federal marcaria gol de placa adquirindo as propriedades pelo preço justo e indenizando as benfeitorias de forma justa, rápida e a vista. Eles já chegaram à conclusão de que não vão conseguir comprar por R$ 78 milhões, mas também não acordaram o preço”, declarou.
Ainda sobre o assunto, o chefe do executivo estadual afirmou que o Governo Federal não deveria fazer diferença entre indígenas e não indígenas e que o tratamento tinha que ser igual sem “privilégios”.
“Deveria criar políticas públicas para que eles não ficassem aculturados e fossem brasileiros de fato e de direito. Isso resolveria o imbróglio e iria parar na Organização das Nações Unidas (Onu)”, ressaltou.
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Foto: Deurico/Capital News
Na última quinta-feira (27), o representante do Ministro da Justiça, Marcelo Veiga, esteve presente em uma reunião com o governador e os produtores rurais que tiveram as propriedades ocupadas por indígenas na região Buriti.
Mesmo sem a confirmação do valor da indenização pelas terras, os produtores e advogados demonstraram otimismo e ganharam mais um prazo estipulado para contrapor os laudos técnicos apresentados pelo Insitituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Fundação Nacional do Índio (Funai), afim de provar o valor da área.
Conforme o que ficou acordado durante a reunião, os produtores terão até 6 de abril para apresentar o contra-laudo. Após essa data os estudos serão analisados e a questão deve ser definida até seis de junho.