“Os salários estão congelados há sete anos, os policiais se sentem desmotivados e há um déficit de três mil vagas na Polícia Federal”. O comentário do presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Mato Grosso do Sul (Sinpef), Jorge Luiz Caldas, é uma das justificativas do ‘Algemaço’, uma mobilização da categoria que acontece nesta sexta-feira (7) em todo o país.
Os policiais estão reunidos durante a manhã de hoje em frente à Superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. O ato público acompanha o calendário de mobilização da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que determinou uma série de ações sindicais com paralisações pontuais até a deflagração de uma greve.
Caldas explica que a reivindicação é pela reestruturação salarial e da carreira dos agentes, escrivães e dos papiloscopistas policiais. As atribuições destes cargos são consideradas de nível superior desde 1996, mas até hoje os policiais recebem subsídios de nível médio. Além disso, o salário não sofreu reajuste nos últimos sete anos.
O movimento também pede melhores condições de trabalho e infraestrutura. “As delegacias de fronteira estão sucateadas. Em Corumbá, Ponta Porã e Naviraí a situação é crítica. Não existe local apropriado para guardar os bens apreendidos. Veículos e caminhões ficam acumulados nos pátios”.
A remuneração e as condições de trabalho resultam em evasão. Segundo Jorge Luiz Caldas, em 2013 foram 230 servidores que saíram da Polícia Federal. Outros 11 cometeram suicídio. “São mais mortes por suicídio do que pelo enfrentamento no combate ao crime”, ressaltou Caldas.
Na terça-feira (11) os policiais Federais farão uma paralisação nacional, de 24 horas. A previsão é que se reúnam em frente À superintendência da Polícia Federal e nas delegacias do interior.
Jorge Luiz Caldas declarou que a Polícia Federal tem déficit de 3 mil servidores devido às condições salariais e de trabalho
Foto: Deurico/Capital News
